POR QUE NÃO OUVIR MÚSICA MUNDANA E USAR
OUTRAS COISAS FEITAS NO MUNDO COMO: LIVROS, PRATOS, ETC?
Os livros seculares são lidos para
formação ou exame para refutação. Deve de todo modo visar à glória de Deus:
refutar o erro ou obter melhor os conhecimentos para exercer bem uma profissão
para a glória de Deus. O grande avivalista congregacional Jonathan Edwards,
inclusive, disciplinou jovens de sua igreja por lerem literatura improdutiva,
inapropriada.
A música foi criada para louvar a Deus,
ela traz um espírito, uma inspiração, alimenta paixões. Eu não acredito que um
homem como Paulo, que considerou tudo como esterco para ganhar a Cristo, que
considerou como perda todas as coisas por amor ao Senhor, que se fazia de tudo
e de todos para ganhar alguns encontrava lugar para se deleitar em música
mundana.
Quando leio um livro profissional ou
filosófico fico sempre pensando em como glorificar a Deus com aquilo que estou
aprendendo, seja para refutar ou pôr a serviço de Deus. Assim, escrevo livros
de Direito para defender a vida, a família, etc. Não consigo, porém,
deleitar-me na audiência de música mundana[1]
que alimenta movimentos corporais, pensamentos eróticos e frivolidades. Nesse
caso, o que pode glorificar a Deus é protestar contra ela.
Música é diferente de carro, prato, copo,
etc. Música é devoção. No céu, haverá uma cidade, no milênio haverá cavalos,
plantações, etc, mas a terra se encherá da glória de Deus e nós o louvaremos de
dia e de noite. Haverá muitas coisas humanas, mas não a música que não glorifique
a Deus.
Até um filme pode ser examinado. Você
aprende o que tem de bom e rejeita o ruim, com exame racional. O normal não é
você assistir o mesmo filme todos os dias. A música envolve, faz o prazer de
ouvi-la (muitas vezes ligado aos baixos instintos) tirar o discernimento. Ou
talvez, a própria pessoa veja o erro, mas não consiga deixar de ouvir pelo
prazer que a música lhe traz. É costume ouvir a mesma música com frequência
(torna-se uma devoção). Ela fica na nossa mente, mesmo quando não estamos ouvindo.
Desse modo, ela seduz, faz trair os valores morais e espirituais. Quem é
honesto (e não está seduzido absolutamente pela música mundana) reconhecerá
isto.
A música mundana pode ser analisada
friamente por um sociólogo ou por um estudante da música, por exemplo, mas,
nessa hora, ele não a tem como o seu entretenimento.
Uma coisa é ouvir uma música mundana pela
primeira vez para saber o que ela diz. Outra coisa é fazer dela o seu deleite e
costume. É impossível que a ideologia repetida na mente não entre nas
inclinações. Aliás, era essa a técnica usada na lavagem cerebral comunista.
A Bíblia mostra que Jesus ia a casamentos
(onde buscava oportunidade também de mostrar sua glória), comia em banquetes de
pecadores (onde pudesse também evangelizá-los), trabalhava, dormia... Mas não
diz que cantou música mundana. Ele, que é nosso exemplo, cantou um hino (Salmos
do Hallel - Salmo 113-118) conforme Mateus 26: 30 e Marcos 14: 26. É esse o
único relato que informa ter Jesus cantado. Não é ele o nosso modelo?
Sobre a música profana, Cipriano, pai da
Igreja do século III, disse: “O diabo...
experimenta os ouvidos com música agradável para abrandar a integridade cristã
com o encanto e a suavidade das vozes”.
Clemente de Alexandria, pai da
Igreja Cristã do século II, disse:
"A
música demasiado artificial, que destrói as almas e lhe incute muitos
sentimentos diversos, quer seja lacrimoso, quer impudico e voluptuoso, quer
provocador de um furor báquico ou de insanidade, deve ser banida” (Stromata VI, 90)".
Basílio de Cesareia (século IV), disse:
“Há
lugares onde mil espetáculos de charlatães alimentam vossos olhos desde o
amanhecer até o anoitecer. E, no entanto, as pessoas não se sentem enfastiadas
de escutar esses cantos dissolutos e capazes de enfraquecer, próprios para
fazer nascer nas almas uma grande inclinação ao prazer... em todo o caso, um
teatro onde florescem estes espetáculos indecentes não é outra coisa que uma
comum e pública escola de falta de vergonha, e o acompanhamento harmonioso das
flautas e dos cantos das prostitutas, introduzindo-se nas almas dos ouvintes,
não os incitam mais do que a esquecer a decência e a imitar na prática aquilo
mesmo que os tocadores de flauta e de cítara os fizeram escutar” (In Hexaemeron, Homilia, 4, 1).
Acerca da música cristã, Agostinho (século
IV) disse em suas Confissões:
“Quanto chorei ouvindo vossos hinos, vossos
cânticos, os acentos suaves que ecoavam em vossa Igreja! Que emoção me
causavam! Fluíam em meu ouvido, destilando a verdade em meu coração. Um grande
elã de piedade me elevava, e as lágrimas corriam-me pela face, mas me faziam
bem".
Em um tratado sobre a música nos advertiu
para que ela não tomasse o lugar de Deus,
pois, antes, deve servir a Deus:
“[...]
não é preciso então amar a música como se, exaurindo-se no regozijo, se pudesse
substituir Deus, encontrar nela, para sempre, a Felicidade”
"Portanto, quer comais quer bebais,
ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus.” (1 Coríntios
10:31)
"Ou ainda não entendeis que o vosso corpo
é santuário do Espírito Santo, que habita em vós, o qual tendes da parte de
Deus, e que não pertenceis a vós mesmos? Pois fostes comprados por alto preço;
portanto, glorificai a Deus no vosso próprio corpo" (I Cor. 6: 19-20).
Rev. Glauco Barreira Magalhães Filho
[1] Exceto aquela inteiramente artística, de inspiração matemática,
como a música clássica, a qual já nasceu da música litúrgica. Mesmo assim, tem
muita música clássica sacra.
Há músicas seculares bonitas? Claro que há. Muitas delas, principalmente as mais antigas, chegam até a ser infantis, sem nenhum enredo maldoso. Algumas vezes, recordo-me dessas, da minha infância, e vejo-me espontaneamente com elas na mente ou cantando partes. Não há nada de errado nisso. Se as ouço num lugar para onde vou, não fecho os ouvidos. Ouço com prazer. Porém, não farei delas a minha devoção ou de minha família, ouvindo-as diariamente, cantando-as na rotina de minha vida. Por quê? Porque há também músicas evangélicas e cristãs bonitas, que exaltam a Deus e reconhecem a grandeza de seus atos. Por que eu preferiria o secundário ao primário, o inferior ao superior? A música da minha devoção, aquela que eu promovo na minha vida e na minha casa é a que glorifica a Deus. Espiritualidade é isso, preferir o superior ao inferior, ainda que possa achar alguma beleza nos dois.
ResponderExcluirPr. Glauco Barreira Magalhães Filho
Concordo!🙏🏻🙏🏻🙏🏻🙌
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