Início

sábado, 30 de março de 2019

O ANTIGO QUE PERMANECE NOVO: EVANGÉLICOS MIMADOS

EVANGÉLICOS MIMADOS

Pr. Glauco Barreira M. Filho

            Uma criança mimada não aceita ser contrariada. Quando isso acontece, ela reage indo para o outro extremo. Se os pais não fazem o que elas querem, então, elas odeiam os pais. Se faltar uma coisa na comida que elas gostariam de comer, então, elas não comem nada.
            Todos conhecemos a tentativa de Francis Schaeffer de conciliar o intelecto e a fé. Ele fundou o L’ Abri na Suíça para apresentar o evangelho aos intelectuais questionadores. Em sua vida, Francis Schaeffer foi fiel aos princípios evangélicos. As suas respostas fundamentais foram bíblicas. Ele, entretanto, adotou um estilo de vida que objetivava atrair os intelectuais “mauricinhos”: cabelo mal cortado, cavanhaque, informalidades, roupas joviais... Ele não percebia que uma cultura mundana está impregnada de idéias mundanas.
            Eu procuro ensinar a meu filho que não use o boné ao contrário e evite jogos eletrônicos. Eu sei que a cultura secular não é inocente e valores negativos se transmitem pela forma de vestir, de brincar, etc. Não quero impedir meu filho de ter uma boa infância. Antes, procuro todas as alternativas aceitáveis para lhe proporcionar prazer. No entanto, mantenho-me vigilante e procuro conhecer os valores que se encarnam na cultura secular que o rodeia.
            O filho de Francis Schaeffer, Frank Schaeffer, dentro do contexto de vida que lhe proporcionou o pai, foi mais um amante das artes do que do evangelho. Ele revoltou-se porque os evangélicos não apreciavam tanto as suas obras de arte como os incrédulos. Hoje, ele não é mais evangélico. Ele tornou-se membro da Igreja Católica Ortodoxa Grega! Afinal de conta, os ortodoxos gregos são conhecidos pelo seu amor à arte e à iconografia (para não dizer idolatria).
Henry Newman foi um dos mais eminentes teólogos e pregadores protestantes (anglicanos) do século XIX. O seu gosto pela filosofia e pelas formalidades cerimoniais não foi bem compreendida pelos protestantes. Em reação a isso, ele tornou-se católico romano.
            Eu sei que muitos leitores estão espantados com essas notícias, mas é isso que tantos outros estão fazendo agora. Quantas pessoas não estão abandonando a igreja doutrinariamente mais correta por outras que tem um coral mais bonito, um ambiente mais “socialmente ajustado”, um espaço para fazer de seus filhos os grandes músicos de amanhã. Embora a mudança de igreja aqui seja dentro do cenário evangélico, as prioridades são as mesmas de quem deixou a igreja evangélica pela igreja católica ortodoxa grega ou pelo catolicismo romano!
            Há um pastor em nossa cidade que se divorciou de sua mulher e casou com outra contra a orientação de sua denominação (que hipocritamente tem muitos obreiros oficiais vergonhosamente na mesma situação). Ao se desagradar da reprimenda, fundou a sua própria igreja com o mesmo nome, mas não com o mesmo sobrenome. Em sua mágoa, procurou os empresários para lhe financiar uma mega-igreja. Agora, ele tenta ser o líder da denominação no Ceará, fazendo uma grande revanche. Do outro lado, o novo líder da denominação de onde ele saiu, procura evitar um êxodo de obreiros para a igreja do concorrente, dilapidando o patrimônio da igreja, ou seja, remunerando todos os obreiros (músicos, tiradores de ofertas, professores de Bíblia, dirigentes musicais...).
            Estamos em um cenário marcados por homens que querem aparecer. Uns querem ser o grande artista evangélico, outros querem ser o grande filósofo evangélico, outros querem ser o grande líder (empresário da fé) evangélico... Ai se não conseguirem!Não sabemos o que vai acontecer! Eles são “mimados” (não por Deus)!!

quarta-feira, 27 de março de 2019

O ANTIGO QUE PERMANECE NOVO: CATÓLICOS, HUMANISTAS, PROTESTANTES E A TEORIA DA EVOLUÇÃO


A teoria da evolução de Darwin tem sido bem aceita por católicos, humanistas e protestantes liberais (modernistas).
            Conforme se pode depreender dos pronunciamentos papais a favor da teoria evolucionista, o catolicismo abraçou o darwinismo. Isso interessa ao catolicismo porque a aceitação da evolução leva a uma necessidade de alegorização do texto do Gênesis, tornando o seu sentido extremamente complexo.
Uma das grandes divergências entre o catolicismo e o protestantismo ortodoxo foi a questão da clareza da Escritura. Os protestantes asseveravam no século XVI que todos poderiam examinar livremente a Escritura para encontrar a verdade porque a Escritura era clara. A igreja romana rejeitava a clareza da Escritura, defendendo sua complexidade e a necessidade da interpretação alegórica. Segundo ela, o sentido oculto das Escrituras só pode ser desvendado pela “igreja” papal, a qual conhece uma pretensa tradição oral que serve de chave para abrir o sentido.
Uma das grandes refutações à teoria da evolução é a defesa de políticas de preservação de espécies em extinção. Se os mais fortes devem prevalecer, porque se deve proteger os mais fracos? A explicação de alguns é que o homem evoluiu até o ponto de se tornar o responsável pela continuidade do seu próprio processo de evolução, bem como dos demais seres vivos. Nesse caso o homem, sem um criador, se torna o administrador do mundo, ou seja, se transforma em Deus. É por essa divinização do homem e pela exclusão de Deus que o humanismo secular abraça a teoria da evolução.
Os protestantes liberais ou apóstatas são aqueles que se desviaram dos princípios da Reforma do século XVI para abraçar um “cristianismo acadêmico”. Eles sujeitam o sentido da Escritura às ciências seculares, fazendo, inclusive, crítica da validade dos documentos sagrados e de suas narrações. Para conciliar o Gênesis com a teoria da evolução, os liberais dizem os evolucionistas (ateus na sua maioria) irão dizer que sentido se deverá dar as informações contidas no Gênesis.
O protestantismo ortodoxo e o fundamentalismo bíblico são hoje os grandes adversários da teoria da evolução. Aceitá-la seria negar a clareza da Escritura e sua auto-suficiência. Para a lógica do protestantismo bíblico, é imprescindível ser contra a teoria da evolução. Por outro lado, ela não se baseia em fatos incontestáveis e nega frontalmente o relato bíblico da criação.
Uma igreja que aceita a teoria da evolução ou não se pronuncia frontalmente contra ela nega sua herança reformada ou fundamentalista.
Não existe protestantismo legítimo conciliável com o evolucionismo!!

Pr. Glauco Barreira M. Filho

segunda-feira, 18 de março de 2019

O ANTIGO QUE PERMANECE NOVO: CIÊNCIA E RELIGIÃO



            Embora seja verdade que, como alguém já disse, a ciência estuda os séculos das rochas e a religião estuda a “rocha dos séculos”, a ciência comprova muitas verdades contidas nas Escrituras Sagradas. Arno Penzias, o ganhador do prêmio Nobel que descobriu a radiação de fundo do suposto Big Bang, disse:

            “Os melhores dados que temos são exatamente os que eu teria previsto, não tivesse eu nada com que prosseguir senão os cinco livros de Moisés, os Salmos, a Bíblia como um todo”.

            É sabido que Charles Darwin, no final da vida, abandonou a teoria da evolução que o tornou famoso para tornar a abraçar o relato da criação. Uma revista cristã alemã explicou o fato, dizendo que Darwin desistiu de procurar o elo perdido entre o homem e o macaco para aceitar o elo achado entre Deus e os homens: Jesus Cristo.
Entre as afirmações que Darwin fez durante a sua vida, eis uma que muito importante:

            “... A extrema dificuldade, ou antes impossibilidade, de conceber este imenso e maravilhoso universo, incluindo o homem, com sua capacidade para olhar muito atrás no passado e muito para dentro do futuro, como o resultado da chance ou necessidade cegas. Ao assim refletir, sinto-me compelido a olhar para a Primeira Causa como tendo uma mente inteligente em algum grau análogo àquela do homem; e mereço ser denominado teísta.”

            O astrofísico Robert Jastrow concluiu:

            “Para o cientista que vive pela fé no poder da razão, a história termina como um sonho ruim. Ele escalou a montanha da ignorância; ele está para conquistar o mais alto pico; quando se agarra à rocha final, é saudado por um grupo de teólogos que estavam sentados ali há séculos”.

Pr. Glauco Barreira M. Filho

domingo, 17 de março de 2019

O ANTIGO QUE PERMANECE NOVO: APRENDENDO COM OS PURITANOS A EDUCAR OS FILHOS JOVENS


“E disse: Um certo homem tinha dois filhos. E o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte da fazenda que me pertence. E ele repartiu por eles a fazenda. E, poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo partiu para uma terra longínqua e ali desperdiçou a sua fazenda, vivendo dissolutamente...E caindo em si, disse: ....Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti... Mas o pai disse aos seus servos:... porque este meu filho estava morto e reviveu; tinha-se perdido e foi achado.” (Lucas 15: 11-24)
            Uma das grandes preocupações dos puritanos do século XVII era educar os filhos para terem uma conversão genuína a Cristo. Eles procuravam fazer com que seus filhos não tivessem falsas esperanças de conversão.
            Os puritanos educavam seus filhos para eles terem convicção de pecado e contrição, de modo que, sentindo logo o horror de “pequenos” pecados, se refugiassem em Cristo. Não criam que pudesse haver conversão verdadeira sem uma profunda angústia pelos pecados, acompanhada de um profundo e reverente arrependimento no qual fosse desvelada à fé as riquezas da graça transformadora de Deus.
A leitura do livro “O Peregrino” mostra o cuidado de não se confundir moralidade com conversão. Os puritanos preferiam que seus filhos ficassem no pecado por um tempo para sentirem a necessidade de conversão do que se iludirem na igreja pensando que eram crentes sem que o fossem. No filme “A Jornada”, há um momento em que um sábio professor de teologia assusta seu interlocutor ao dizer que é melhor deixar a pessoa no pecado até que sinta necessidade da graça do que “afastar” a pessoa do pecado por uma moralidade que lhe dê vã esperança.
Hoje em dia, nós vivemos em um período antagônico ao dos puritanos. Pais crentes pensam que devem manter seus filhos na igreja a todo custo, sem se preocuparem com a sua genuína conversão. Para atender a essa demanda do “mercado religioso”, apareceram igrejas oferecendo toda sorte de entretenimentos. Além do clube do Bolinha (departamento de homens) e do clube da Luluzinha (departamento feminino), há o clube dos jovens e suas várias opções. Há uma quadra de futebol nos fundos da igreja para quem quiser jogar bola, grupo de teatro para quem quer ser artista, grupo de música (para quem quer ser estrela musical), grupo de dança, etc. Além disso, há passeios, reuniões sociais e muito banquete. Tudo dentro de um ambiente burguês com muita conversa oca, fotografias e gozações de preletores que mais parecem animadores de auditório. Tudo isso para ninguém (principalmente os jovens) sair da igreja.
Dentro dessa conjuntura, muitos jovens crescem na igreja (bem ocupados!) e pensam que são crentes. O prejuízo é eterno. Os pais não querem ter a vergonha de ter um filho desviado fora da igreja, antes, preferem que estejam desviados dentro da igreja. O grande problema é que esses jovens pensam que são crentes e não procuram conversão. Todos os chamam de irmãos, os saúdam como cristãos, e qualquer psicólogo ou sociólogo sabe que a pessoa costuma internalizar a identidade socializada.
Até onde se irá para “salvar” um filho? Vamos mudar de uma igreja bíblica para uma liberal, de uma em que predomina a Palavra para uma onde predomina o entretenimento?. Amanhã, a pessoa poderá estar indo para uma que celebra casamento de homossexuais!
O pior de tudo é que quando esses filhos se desviam ficam irrecuperáveis. Evangelizá-los não funciona mais, pois pensam que já foram crentes de verdade (sem o ter sido) e não acharão graça em voltar para onde estavam. Se permanecerem na igreja em razão de uma ocupação (não por Cristo), os estaremos condenando ao inferno.
Sejamos sensatos. Se um jovem não quer permanecer numa igreja fiel, mas preferir outra em razão das oportunidades e entretenimentos, ele não é convertido.
Aprendamos a lição dos puritanos: Ou os nossos filhos em idade de decisão ficam na igreja por amor a Deus (e é nossa responsabilidade cultivar isso ao máximo) ou fiquem nos seus pecados para sentirem o seu gosto de fel e se converterem. Não criemos paliativos, não criemos alternativas intermediárias, não lhes criemos um purgatório. São nossos filhos, por isso devemos pensar no que é melhor para a alma deles. Não devemos procurar agrada-los nem a nós mesmo com aquilo que pode condena-los ao inferno!


Pr. Glauco Barreira M. Filho

quarta-feira, 13 de março de 2019

O ANTIGO QUE PERMANECE NOVO: O TRABALHO SECULAR E O PRECEITO DE DEUS



“E tomou o Senhor Deus ao homem e o pôs no jardim do Éden para O LAVRAR E O GUARDAR” (Gênesis 2: 15)

            O homem foi criado à imagem de Deus e isso incluía o fato de ele ser trabalhador. Jesus disse que tanto ele como o Pai trabalhavam (João 5: 17). Como homem, Jesus era carpinteiro (Marcos 6: 3), um homem “experimentado nos trabalhos” (Isaías 53: 3).

            Em Gênesis, a Bíblia mostra que o homem não deve viver à custa dos outros, mas deve comer o pão no “suor do rosto” (Gênesis 3: 19). Paulo diz aos tessalonicenses o seguinte:

“Porque, quando ainda estávamos convosco, vos mandamos isto: que se alguém NÃO QUISER TRABALHAR, NÃO COMA TAMBÉM.” (II Tessalonicenses 3: 10).

Nos dez mandamentos, a Bíblia diz que “seis dias trabalharás” (Êxodo 20: 9).
            Paulo diz que trabalhar é evidência da nova vida:

“Aquele que furtava não furte mais; ANTES TRABALHE, FAZENDO COM AS MÃOS O QUE É BOM...”(Efésios 4: 28).

“NEM DE GRAÇA, COMEMOS O PÃO DE HOMEM ALGUM, MAS COM TRABALHO E FADIGA, TRABALHANDO NOITE E DIA, PARA NÃO SERMOS PESADOS A NENHUM DE VÓS” (II Tessalonicenses 3: 8)

“A ESSES TAIS, PORÉM, MANDAMOS E EXORTAMOS, POR NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, QUE, TRABALHANDO COM SOSSEGO, COMAM SEU PRÓPRIO PÃO.” (II Tessalonicenses 3: 12).

            Um homem casar sem trabalhar, dependendo dos pais ou da mulher, é um grave pecado, além de ser um ato de irresponsabilidade aos olhos de Deus, da igreja e de qualquer pessoa sensata no mundo.

Pr. Glauco Barreira M. Filho



terça-feira, 12 de março de 2019

O ANTIGO QUE PERMANECE NOVO: ESTUDO E LABOR


           O apóstolo Paulo foi um homem que usou todo seu conhecimento dos clássicos gregos e romanos para criar pontos de conexão com os pagãos a fim de atrai-los para a mensagem do evangelho.
            Pedro era um simples pescador judeu. Ao se converter, todavia, aprendeu a língua grega e nessa língua escreveu as suas cartas, fazendo seu conteúdo legível aos gentios.
            Lutero desenvolveu habilidades na música para compor hinos e aprendeu grego e hebraico para traduzir as Escrituras.
            Percebemos que os grandes homens de Deus dedicaram-se aos estudos, aprimoraram os seus conhecimentos e desenvolveram suas habilidades e talentos. Não fizeram isso pensando em obter glória própria ou em crescer aos olhos do mundo. Não pensavam nisso para adquirirem um bom emprego ou ganhar dinheiro, mas para servirem a Deus em maior número de oportunidades. Por esse motivo é que o conhecimento não foi obstáculo as suas vidas espirituais. Não esfriaram pelo conhecimento e nem perderam a fé, mas criaram mais caminhos para os rios de água viva.
            O crente não deve ser ocioso ou negligente nos estudos. Deve aproveitar cada oportunidade de melhorar ou progredir, mas sempre deve ter em vista a glória de Deus. A glória de Deus não deve ser uma desculpa ou justificativa para a sua ganância ou ambição, mas deve ser a razão de sua vida.
            Joan Metcalf, em sua biografia de Catherine Booth (que se encontra a venda pela Moriá Editora), conta o seguinte sobre os conselhos que Catherine deu a seu esposo, William Booth, o fundador do Exército da Salvação:

            “Catherine incentivou William a melhorar seus talentos. Ele estava tão ocupado que achava difícil estudar. Ela sentia que, se sua posição não lhe permitisse estudar, ele não deveria permanecer nela. Ela o aconselhou como melhor usar seu tempo, a fim de achar uma hora para o estudo. Ele não deveria se preocupar demasiadamente pelo futuro. Ao mesmo tempo, ele devia se preparar para maiores responsabilidades

Pr. Glauco Barreira M. Filho

sábado, 9 de março de 2019

O ANTIGO QUE PERMANECE NOVO: CONTRA A HIPOCRISIA

“Ajuntando-se, entretanto, muitos milhares de pessoas, de sorte que se atropelavam uns aos outros, começou a dizer aos seus discípulos: Acautelai-vos, primeiramente, do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia. Mas nada há encoberto que não haja de ser descoberto; nem oculto, que não haja de ser sabido. Porquanto tudo o que em trevas dissestes à luz será ouvido; e o que falaste ao ouvido no gabinete sobre os telhados será apregoado.” (Lucas 12: 1-3)
            Quando uma multidão ajuntou-se diante de Jesus e perante seus discípulos, o Senhor aproveitou a oportunidade para ensinar seus discípulos a não se corromperem como os fariseus, pois esses religiosos judeus representavam para o povo uma imagem pública diferente da que tinham entre si ou na esfera íntima.
            O fermento dos fariseus é a hipocrisia. Os fariseus enganam o povo, dando interpretações que os favorecem, que levem o povo a homenageá-los. Eles, entretanto, sabem que enganam as pessoas, pois combinam fazê-lo. Vivem de conversas em gabinetes e cochichos privados. São maquiavélicos e mafiosos, orquestram planos e dissimulam. O pior de tudo é que eles fazem essas coisas, mas as negam, dizendo que os outros (não eles) é que estão fazendo isso. Talvez até acreditem sinceramente que os outros estejam fazendo isso, pois as pessoas costumam imaginar os outros sendo como elas mesmas são.
            Jesus disse que os discípulos não deviam ser como os fariseus. Para sua palavra ter impacto, ele disse isso na presença do povo ao qual os fariseus costumavam enganar. Ele confrontou os discípulos com o povo e na presença do povo.
            Jesus também explicou a sentença de Deus contra os hipócritas. Eles serão desmascarados. Alguns serão desmascarados nessa vida, enquanto outros o serão apenas no dia do juízo. O fato, porém, é que todos saberão o que disseram entre si e o que tramaram no íntimo. Naquele dia serão envergonhados.
            “Acautelai-vos do fermento dos fariseus!”

quinta-feira, 7 de março de 2019

AVIVAMENTO ESPIRITUAL - Rosalee Mills Appleby




Ficai, porém, em Jerusalém até que do Alto sejais revestidos do poder. (Lucas 24.49)

Dizia Goforth: “As leis espirituais, que governam uma ceifa espiritual, são reais e verdadeiras como as leis que governam as colheitas do reino material. Vou procurar entender essas leis espirituais e obedecê-las, custe o que custar”.

Não andemos sequiosos, quando o grande rio está perto. Não vivamos derrotadas, quando podemos ser mais que vencedores. Não permaneçamos presos aos lugares estreitos quando Ele pode assentar os pés no monte de Sião ou tirar a alma da prisão.  Não sejamos fracos, quando somos convidados a esperar em Jerusalém o poder capaz de triunfar todos os obstáculos terrenos.

Não lastimemos nossa pobreza, quando nosso Pai, com riquezas inestimáveis, oferece a Seus filhos uma herança. Não nos rojemos como vermes na lama, quando é possível alcançar a visão dos passarinhos em voo. Ó almas cansadas, há um lugar de vitória constante em Cristo. 

Ó crentes, que tendes sede e fome de Deus, há uma resposta para cada anelo da alma! O nosso bondoso Pai é incapaz de implantar desejos inatingíveis. Se almejas saciar a sede, há água jorrando. Aquele que implantou em cada um de nós o anseio da plenitude da presença divina, está pronto a satisfazê-lo. Possui o Reino que nosso Pai vos oferece. Sai do mundo estreito para a liberdade gloriosa do reino espiritual. Olhai acima do visível, para o invisível. Entrai na posse da vossa herança. Acima do barulho e da confusão de um mundo atordoado pelo pecado, ouvi a Voz mansa e suave. Apossai-vos do Seu poder. Apossai-vos da plenitude do Espírito Santo. Entrai no gozo das glorias que o mundo não entende. Gravai na alma as convicções que vos comunicam, em segredo, o Espírito que Cristo prometeu mandar para ensinar todas as coisas. Estendei a vossa mão em busca dos recursos infinitos de um Pai Amoroso. Voltai os olhos para a Pátria Brasileira, que precisa hoje de um avivamento, Gemei e clamai pelas coisas grande e firmes que Deus nos prometeu. (R. M. A.)


quarta-feira, 6 de março de 2019

O ANTIGO QUE PERMANECE NOVO: RENOVAÇÃO ESPIRITUAL


Por Pr Glauco Barreira M. Filho
        As crianças são naturalmente alegres. Isso acontece porque ficam deslumbradas com o mundo, ou seja, com as estrelas, com as flores, com as cores, com as paisagens, etc. Tudo é novo, mágico, impressionante e maravilhoso. A vida é uma aventura, uma expedição para procurar coisas ainda não conhecidas.
        Quando a pessoa vai crescendo, tende a achar tudo normal. Tudo vai caindo na monotonia, na rotina. O corre-corre da vida impede a pessoa de parar para admirar o sol, as estrelas e os pássaros. O homem começa a perder sua humanidade, passando a viver como um animal para o trabalho e para a sobrevivência. Ele perde a capacidade de se deslumbrar com coisas simples. Começa a buscar novidades na tecnologia, mas todo o prazer nessas novidades vai começando a se tornar cada vez mais fluído, efêmero e insignificante.
        Os filósofos clássicos entendiam que a condição da verdadeira filosofia é o assombro metafísico, ou seja, uma espécie de deslumbramento com o mundo. Desse modo, o filósofo deveria retomar a expectativa infantil.
        O casamento também é semelhante a isso. O romantismo une duas pessoas num encanto angelical. O casamento é um sonho para muitas jovens (idéia do príncipe encantado) e um desafio poético para os homens. No entanto, os dilemas financeiros, as responsabilidades que aumentam com a chegada dos filhos, as tensões na convivência começam a trazer um certo desconforto. O casamento passa a ser um fardo e um peso. Os cônjuges já não se vêem como tais, mas como meros irmãos de sangue dentro de uma mesma família, pois a longa convivência lhes tirou a idéia de relacionamento amoroso. Alguns querem recuperar o romantismo em um amor proibido, o que leva ao adultério e ao desastre espiritual.
        Um pastor esclarecido e temente a Deus lutará para dar ânimo aos casais. Não o fará, porém, tentando recuperar o romantismo perdido, mas desvendando um novo. O antigo é irrecuperável, pois estamos debaixo de novas condições (a juventude já passou e os sonhos já não estão tão abertos, pois muita coisa já se consolidou). São mercenários os que querem fazer retiros românticos e forçar a barra para criar um ambiente romântico semelhante ao do princípio. Tais pessoas só aumentarão as frustrações.
        O que se quer no casamento duradouro é a descoberta de um novo romantismo. O desafio não é mais a conquista do outro, mas do tempo. É vencer o tempo pelo amor. Buscar a felicidade nas condições dadas, o companheirismo e as parcerias em desafios comuns. É preciso renovar o lar em Deus por constantes concertos, pactos de fidelidade e ações de graça. Trazer para o lar não fofocas, mas testemunhos. Criar o espírito de gratidão e não de lamento. Não ser conivente com os erros dos filhos, mas educá-los.
        Com respeito à igreja, há o mesmo desafio. Quando as pessoas descobrem a igreja verdadeira e a sã doutrina, se alegram muito. Elas se sentem na igreja primitiva com Pedro e Paulo. Acham que o arrebatamento da igreja ou um grande avivamento é iminente. Depois disso, chegam os dilemas da vida. O mundo começa a estreitar o caminho do crente. Para obedecer a Palavra terá que fazer renúncias, ter perdas. Surgem tensões, crises e  friezas. A pessoa, então, troca de igreja como quem troca de roupa, ou, então, se fica na sua igreja zelosa, fica com amargura, ressentimento e críticas.
        É preciso, então, uma renovação espiritual diária, uma busca incessante. Não podemos deixar de contemplar a Cristo, nem de ser tocado por sua glória. A Bíblia nos traz promessas sobre uma vida cristã que pode ser mantida sempre acesa.

“...nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação pelo Espírito Santo” (Tito 3: 5)

.”....Ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia” ( II Cor. 4: 16)

“...contemplando a glória do senhor, somos transformados de glória em glória, na mesma imagem...”(II Cor. 3: 18)

“E todos nós recebemos também da sua plenitude, com graça sobre graça” (João 1: 16)