As crianças são naturalmente alegres.
Isso acontece porque ficam deslumbradas com o mundo, ou seja, com as estrelas,
com as flores, com as cores, com as paisagens, etc. Tudo é novo, mágico,
impressionante e maravilhoso. A vida é uma aventura, uma expedição para
procurar coisas ainda não conhecidas.
Quando a pessoa vai crescendo, tende a
achar tudo normal. Tudo vai caindo na monotonia, na rotina. O corre-corre da
vida impede a pessoa de parar para admirar o sol, as estrelas e os pássaros. O
homem começa a perder sua humanidade, passando a viver como um animal para o
trabalho e para a sobrevivência. Ele perde a capacidade de se deslumbrar com
coisas simples. Começa a buscar novidades na tecnologia, mas todo o prazer
nessas novidades vai começando a se tornar cada vez mais fluído, efêmero e
insignificante.
Os filósofos clássicos entendiam que a
condição da verdadeira filosofia é o assombro metafísico, ou seja, uma espécie
de deslumbramento com o mundo. Desse modo, o filósofo deveria retomar a
expectativa infantil.
O casamento também é semelhante a isso.
O romantismo une duas pessoas num encanto angelical. O casamento é um sonho
para muitas jovens (idéia do príncipe encantado) e um desafio poético para os
homens. No entanto, os dilemas financeiros, as responsabilidades que aumentam
com a chegada dos filhos, as tensões na convivência começam a trazer um certo
desconforto. O casamento passa a ser um fardo e um peso. Os cônjuges já não se
vêem como tais, mas como meros irmãos de sangue dentro de uma mesma família,
pois a longa convivência lhes tirou a idéia de relacionamento amoroso. Alguns
querem recuperar o romantismo em um amor proibido, o que leva ao adultério e ao
desastre espiritual.
Um pastor esclarecido e temente a Deus
lutará para dar ânimo aos casais. Não o fará, porém, tentando recuperar o
romantismo perdido, mas desvendando um novo. O antigo é irrecuperável, pois
estamos debaixo de novas condições (a juventude já passou e os sonhos já não
estão tão abertos, pois muita coisa já se consolidou). São mercenários os que
querem fazer retiros românticos e forçar a barra para criar um ambiente
romântico semelhante ao do princípio. Tais pessoas só aumentarão as
frustrações.
O que se quer no casamento duradouro é a
descoberta de um novo romantismo. O desafio não é mais a conquista do outro,
mas do tempo. É vencer o tempo pelo amor. Buscar a felicidade nas condições
dadas, o companheirismo e as parcerias em desafios comuns. É preciso renovar o
lar em Deus por constantes concertos, pactos de fidelidade e ações de graça.
Trazer para o lar não fofocas, mas testemunhos. Criar o espírito de gratidão e
não de lamento. Não ser conivente com os erros dos filhos, mas educá-los.
Com respeito à igreja, há o mesmo
desafio. Quando as pessoas descobrem a igreja verdadeira e a sã doutrina, se
alegram muito. Elas se sentem na igreja primitiva com Pedro e Paulo. Acham que
o arrebatamento da igreja ou um grande avivamento é iminente. Depois disso,
chegam os dilemas da vida. O mundo começa a estreitar o caminho do crente. Para
obedecer a Palavra terá que fazer renúncias, ter perdas. Surgem tensões, crises
e friezas. A pessoa, então, troca de
igreja como quem troca de roupa, ou, então, se fica na sua igreja zelosa, fica
com amargura, ressentimento e críticas.
É preciso, então, uma renovação
espiritual diária, uma busca incessante. Não podemos deixar de contemplar a
Cristo, nem de ser tocado por sua glória. A Bíblia nos traz promessas sobre uma
vida cristã que pode ser mantida sempre acesa.
“...nos
salvou pela lavagem da regeneração e da renovação pelo Espírito Santo” (Tito 3:
5)
.”....Ainda
que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia
em dia” ( II Cor. 4: 16)
“...contemplando
a glória do senhor, somos transformados de glória em glória, na mesma
imagem...”(II Cor. 3: 18)
“E
todos nós recebemos também da sua plenitude, com graça sobre graça” (João 1:
16)
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