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quarta-feira, 6 de março de 2019

O ANTIGO QUE PERMANECE NOVO: RENOVAÇÃO ESPIRITUAL


Por Pr Glauco Barreira M. Filho
        As crianças são naturalmente alegres. Isso acontece porque ficam deslumbradas com o mundo, ou seja, com as estrelas, com as flores, com as cores, com as paisagens, etc. Tudo é novo, mágico, impressionante e maravilhoso. A vida é uma aventura, uma expedição para procurar coisas ainda não conhecidas.
        Quando a pessoa vai crescendo, tende a achar tudo normal. Tudo vai caindo na monotonia, na rotina. O corre-corre da vida impede a pessoa de parar para admirar o sol, as estrelas e os pássaros. O homem começa a perder sua humanidade, passando a viver como um animal para o trabalho e para a sobrevivência. Ele perde a capacidade de se deslumbrar com coisas simples. Começa a buscar novidades na tecnologia, mas todo o prazer nessas novidades vai começando a se tornar cada vez mais fluído, efêmero e insignificante.
        Os filósofos clássicos entendiam que a condição da verdadeira filosofia é o assombro metafísico, ou seja, uma espécie de deslumbramento com o mundo. Desse modo, o filósofo deveria retomar a expectativa infantil.
        O casamento também é semelhante a isso. O romantismo une duas pessoas num encanto angelical. O casamento é um sonho para muitas jovens (idéia do príncipe encantado) e um desafio poético para os homens. No entanto, os dilemas financeiros, as responsabilidades que aumentam com a chegada dos filhos, as tensões na convivência começam a trazer um certo desconforto. O casamento passa a ser um fardo e um peso. Os cônjuges já não se vêem como tais, mas como meros irmãos de sangue dentro de uma mesma família, pois a longa convivência lhes tirou a idéia de relacionamento amoroso. Alguns querem recuperar o romantismo em um amor proibido, o que leva ao adultério e ao desastre espiritual.
        Um pastor esclarecido e temente a Deus lutará para dar ânimo aos casais. Não o fará, porém, tentando recuperar o romantismo perdido, mas desvendando um novo. O antigo é irrecuperável, pois estamos debaixo de novas condições (a juventude já passou e os sonhos já não estão tão abertos, pois muita coisa já se consolidou). São mercenários os que querem fazer retiros românticos e forçar a barra para criar um ambiente romântico semelhante ao do princípio. Tais pessoas só aumentarão as frustrações.
        O que se quer no casamento duradouro é a descoberta de um novo romantismo. O desafio não é mais a conquista do outro, mas do tempo. É vencer o tempo pelo amor. Buscar a felicidade nas condições dadas, o companheirismo e as parcerias em desafios comuns. É preciso renovar o lar em Deus por constantes concertos, pactos de fidelidade e ações de graça. Trazer para o lar não fofocas, mas testemunhos. Criar o espírito de gratidão e não de lamento. Não ser conivente com os erros dos filhos, mas educá-los.
        Com respeito à igreja, há o mesmo desafio. Quando as pessoas descobrem a igreja verdadeira e a sã doutrina, se alegram muito. Elas se sentem na igreja primitiva com Pedro e Paulo. Acham que o arrebatamento da igreja ou um grande avivamento é iminente. Depois disso, chegam os dilemas da vida. O mundo começa a estreitar o caminho do crente. Para obedecer a Palavra terá que fazer renúncias, ter perdas. Surgem tensões, crises e  friezas. A pessoa, então, troca de igreja como quem troca de roupa, ou, então, se fica na sua igreja zelosa, fica com amargura, ressentimento e críticas.
        É preciso, então, uma renovação espiritual diária, uma busca incessante. Não podemos deixar de contemplar a Cristo, nem de ser tocado por sua glória. A Bíblia nos traz promessas sobre uma vida cristã que pode ser mantida sempre acesa.

“...nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação pelo Espírito Santo” (Tito 3: 5)

.”....Ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia” ( II Cor. 4: 16)

“...contemplando a glória do senhor, somos transformados de glória em glória, na mesma imagem...”(II Cor. 3: 18)

“E todos nós recebemos também da sua plenitude, com graça sobre graça” (João 1: 16) 

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