EVANGÉLICOS MIMADOS
Pr. Glauco Barreira M. Filho
Uma
criança mimada não aceita ser contrariada. Quando isso acontece, ela reage indo
para o outro extremo. Se os pais não fazem o que elas querem, então, elas
odeiam os pais. Se faltar uma coisa na comida que elas gostariam de comer,
então, elas não comem nada.
Todos
conhecemos a tentativa de Francis Schaeffer de conciliar o intelecto e a fé.
Ele fundou o L’ Abri na Suíça para apresentar o evangelho aos
intelectuais questionadores. Em sua vida, Francis Schaeffer foi fiel aos
princípios evangélicos. As suas respostas fundamentais foram bíblicas. Ele,
entretanto, adotou um estilo de vida que objetivava atrair os intelectuais
“mauricinhos”: cabelo mal cortado, cavanhaque, informalidades, roupas
joviais... Ele não percebia que uma cultura mundana está impregnada de idéias
mundanas.
Eu
procuro ensinar a meu filho que não use o boné ao contrário e evite jogos
eletrônicos. Eu sei que a cultura secular não é inocente e valores negativos se
transmitem pela forma de vestir, de brincar, etc. Não quero impedir meu filho
de ter uma boa infância. Antes, procuro todas as alternativas aceitáveis para
lhe proporcionar prazer. No entanto, mantenho-me vigilante e procuro conhecer
os valores que se encarnam na cultura secular que o rodeia.
O filho
de Francis Schaeffer, Frank Schaeffer, dentro do contexto de vida que lhe
proporcionou o pai, foi mais um amante das artes do que do evangelho. Ele
revoltou-se porque os evangélicos não apreciavam tanto as suas obras de arte
como os incrédulos. Hoje, ele não é mais evangélico. Ele tornou-se membro da
Igreja Católica Ortodoxa Grega! Afinal de conta, os ortodoxos gregos são
conhecidos pelo seu amor à arte e à iconografia (para não dizer idolatria).
Henry Newman foi um dos mais
eminentes teólogos e pregadores protestantes (anglicanos) do século XIX. O seu
gosto pela filosofia e pelas formalidades cerimoniais não foi bem compreendida
pelos protestantes. Em reação a isso, ele tornou-se católico romano.
Eu sei
que muitos leitores estão espantados com essas notícias, mas é isso que tantos
outros estão fazendo agora. Quantas pessoas não estão abandonando a igreja
doutrinariamente mais correta por outras que tem um coral mais bonito, um
ambiente mais “socialmente ajustado”, um espaço para fazer de seus filhos os
grandes músicos de amanhã. Embora a mudança de igreja aqui seja dentro do
cenário evangélico, as prioridades são as mesmas de quem deixou a igreja
evangélica pela igreja católica ortodoxa grega ou pelo catolicismo romano!
Há um
pastor em nossa cidade que se divorciou de sua mulher e casou com outra contra
a orientação de sua denominação (que hipocritamente tem muitos obreiros
oficiais vergonhosamente na mesma situação). Ao se desagradar da reprimenda,
fundou a sua própria igreja com o mesmo nome, mas não com o mesmo sobrenome. Em
sua mágoa, procurou os empresários para lhe financiar uma mega-igreja. Agora,
ele tenta ser o líder da denominação no Ceará, fazendo uma grande revanche. Do
outro lado, o novo líder da denominação de onde ele saiu, procura evitar um
êxodo de obreiros para a igreja do concorrente, dilapidando o patrimônio da
igreja, ou seja, remunerando todos os obreiros (músicos, tiradores de ofertas,
professores de Bíblia, dirigentes musicais...).
Estamos
em um cenário marcados por homens que querem aparecer. Uns querem ser o grande
artista evangélico, outros querem ser o grande filósofo evangélico, outros
querem ser o grande líder (empresário da fé) evangélico... Ai se não
conseguirem!Não sabemos o que vai acontecer! Eles são “mimados” (não por
Deus)!!
Muito boa a reflexão .Realidade isso poucos apreciam.
ResponderExcluirExcelente refelxão. Louvado seja Deus pela sabedoria concedida ao seu servo, rev. Glauco Barreira.
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