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sábado, 30 de março de 2019

O ANTIGO QUE PERMANECE NOVO: EVANGÉLICOS MIMADOS

EVANGÉLICOS MIMADOS

Pr. Glauco Barreira M. Filho

            Uma criança mimada não aceita ser contrariada. Quando isso acontece, ela reage indo para o outro extremo. Se os pais não fazem o que elas querem, então, elas odeiam os pais. Se faltar uma coisa na comida que elas gostariam de comer, então, elas não comem nada.
            Todos conhecemos a tentativa de Francis Schaeffer de conciliar o intelecto e a fé. Ele fundou o L’ Abri na Suíça para apresentar o evangelho aos intelectuais questionadores. Em sua vida, Francis Schaeffer foi fiel aos princípios evangélicos. As suas respostas fundamentais foram bíblicas. Ele, entretanto, adotou um estilo de vida que objetivava atrair os intelectuais “mauricinhos”: cabelo mal cortado, cavanhaque, informalidades, roupas joviais... Ele não percebia que uma cultura mundana está impregnada de idéias mundanas.
            Eu procuro ensinar a meu filho que não use o boné ao contrário e evite jogos eletrônicos. Eu sei que a cultura secular não é inocente e valores negativos se transmitem pela forma de vestir, de brincar, etc. Não quero impedir meu filho de ter uma boa infância. Antes, procuro todas as alternativas aceitáveis para lhe proporcionar prazer. No entanto, mantenho-me vigilante e procuro conhecer os valores que se encarnam na cultura secular que o rodeia.
            O filho de Francis Schaeffer, Frank Schaeffer, dentro do contexto de vida que lhe proporcionou o pai, foi mais um amante das artes do que do evangelho. Ele revoltou-se porque os evangélicos não apreciavam tanto as suas obras de arte como os incrédulos. Hoje, ele não é mais evangélico. Ele tornou-se membro da Igreja Católica Ortodoxa Grega! Afinal de conta, os ortodoxos gregos são conhecidos pelo seu amor à arte e à iconografia (para não dizer idolatria).
Henry Newman foi um dos mais eminentes teólogos e pregadores protestantes (anglicanos) do século XIX. O seu gosto pela filosofia e pelas formalidades cerimoniais não foi bem compreendida pelos protestantes. Em reação a isso, ele tornou-se católico romano.
            Eu sei que muitos leitores estão espantados com essas notícias, mas é isso que tantos outros estão fazendo agora. Quantas pessoas não estão abandonando a igreja doutrinariamente mais correta por outras que tem um coral mais bonito, um ambiente mais “socialmente ajustado”, um espaço para fazer de seus filhos os grandes músicos de amanhã. Embora a mudança de igreja aqui seja dentro do cenário evangélico, as prioridades são as mesmas de quem deixou a igreja evangélica pela igreja católica ortodoxa grega ou pelo catolicismo romano!
            Há um pastor em nossa cidade que se divorciou de sua mulher e casou com outra contra a orientação de sua denominação (que hipocritamente tem muitos obreiros oficiais vergonhosamente na mesma situação). Ao se desagradar da reprimenda, fundou a sua própria igreja com o mesmo nome, mas não com o mesmo sobrenome. Em sua mágoa, procurou os empresários para lhe financiar uma mega-igreja. Agora, ele tenta ser o líder da denominação no Ceará, fazendo uma grande revanche. Do outro lado, o novo líder da denominação de onde ele saiu, procura evitar um êxodo de obreiros para a igreja do concorrente, dilapidando o patrimônio da igreja, ou seja, remunerando todos os obreiros (músicos, tiradores de ofertas, professores de Bíblia, dirigentes musicais...).
            Estamos em um cenário marcados por homens que querem aparecer. Uns querem ser o grande artista evangélico, outros querem ser o grande filósofo evangélico, outros querem ser o grande líder (empresário da fé) evangélico... Ai se não conseguirem!Não sabemos o que vai acontecer! Eles são “mimados” (não por Deus)!!

2 comentários:

  1. Muito boa a reflexão .Realidade isso poucos apreciam.

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  2. Excelente refelxão. Louvado seja Deus pela sabedoria concedida ao seu servo, rev. Glauco Barreira.

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