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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

O ANTIGO QUE PERMANECE NOVO: O INFERNO NA VIDA DO CRENTE


Por: Pr. Heládio Santos


No Evangelho de Marcos (9:49a), há uma expressão incomum: salgado com fogo. Dentro de um contexto cujo tema central é o inferno, lemos e meditamos nessa parte procurando obter a compreensão coerente, pois como alguém pode ser salgado com fogo?
            Na doutrinação cristã, ser salgado é compreender o valor do ensino, incorporá-lo através de uma vida santificada e transmiti-lo. Na verdade, é um conceito que abrange a conservação dos valores espirituais através de práticas morais constantes que devem passar de geração a geração. Essas virtudes comprovam a experiência de salvação, confirmando a novidade de vida alcançada. A conservação é necessária para preservação do cristão diante do mundo vil e da informação de que os bens espirituais são imutáveis, portanto, não estando sujeitos às mudanças culturais muito corriqueiras na contemporaneidade. A graça é o agente responsável por essa ação divina, funciona como o meio motivador/estimulador para nós vivermos a fé com dignidade. No entanto, existem outros elementos que promovem indiretamente determinação para obediência a Deus: a concepção do inferno para o bem de outros.
            O cristão sabe de sua liberdade da condenação vindoura. Nós estamos livres do terrível mal eterno. Contudo, muitas pessoas que estão ao nosso redor, aquelas que compartilham do nosso cotidiano, estão debaixo da escabrosidade condenatória, mas estão apáticas a sua realidade espiritual. Em vistas disto, o cristão, percebendo e discernindo a mal sobre ela, sentindo a condenação como se fosse dele, deverá se dispor com muito ânimo para viver uma vida moralmente correta a fim de ter reconhecimento ao recomendar a fé em Cristo para libertá-las de tão horrendo destino.
            Desta forma, ser salgado com fogo é ser estimulado pela percepção da condenação do inferno para com descrentes para vivermos uma vida santa. A vida devotada a Deus transmite e inspira fé no outro que está carente do dom celestial. O sentimento de piedade move o crente a tal procedimento, inclusive, fazendo de forma espontânea a renunciar muito daquilo que lhe faz bem para se ocupar com o bem do outro.

Reflexão publicada no Jornal Tocha da Verdade (Online), em 16 de novembro de 2014.

Fonte: https://jornaltochadaverdade.blogspot.com/2014/11/o-inferno-na-vida-do-crente.html


O ANTIGO QUE PERMANECE NOVO: COMO ALGUÉM CHEGA A CONVERSÃO?

Por: Pr. Glauco Barreira M. Filho

A Bíblia diz que a razão do homem caído está fora de eixo, por isso o homem não é tão inteligente para as coisas divinas como o é para coisas humanas.
“Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos.” (Romanos 1: 22)
“Não há ninguém que entenda; não há ninguém que busque a Deus.” (Romanos 3: 11)
“Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parece loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente” (I Cor. 2: 14)

        Em certo sentido, nem mesmo antes da queda, o homem alcançou o pleno conhecimento de Deus pela razão. Sempre foi necessária uma auto-revelação de Deus. No entanto, a razão humana era apta para reconhecer a revelação e acompanhar a sua lógica. Agora, o homem caído sempre está pondo em dúvida a revelação, quando não está deliberadamente contra ela. Isso se dá, principalmente, porque a carne oferece a mente argumentos. A vontade cativa do pecado, indisposta ao arrependimento, perverte a razão natural. O velho homem “se corrompe pelas concupiscências do engano” (Efésios 4: 22).

        A principal razão de as pessoas não aceitarem a verdade não é basicamente intelectual, mas é moral (II Tessalonicenses 2: 12). Apenas a desculpa é intelectual.

        Dentro dessas condições, o homem só pode vir a Cristo se for persuadido pelo Espírito Santo:

“E, quando ele (Espírito Santo) vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo” (João 16: 8)

        A persuasão do Espírito é mais moral e pessoal do que intelectual e geral.

        O crente deve pregar, argumentar e persuadir, mas deve estar convicto de que não é sua habilidade retórica que vai convencer o homem do pecado. É a unção do Espírito que faz penetrante o argumento. Na pregação, o que vale é “lógica em chamas” (Martin Lloyd-Jones). Se nós pensarmos na capacidade de nossa argumentação já perdemos a unção. Devemos depender do Espírito para convencer o pecador a vir à fé:

“Mas, quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai vos hei de enviar, aquele Espírito da verdade, que procede do Pai, testificará de mim. E vós também testificareis, pois estivestes comigo desde o princípio.” (João 15: 26, 27)

“Porque, andando na carne, não militamos segundo a carne. Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas, sim, poderosas em Deus, para destruição de fortalezas; destruindo os conselhos e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo.” (I Cor. 10: 3- 5)

        O que precisamos não é ampliar os nossos conhecimentos filosóficos, nem desenvolver habilidades retóricas, mas, sim, buscar o poder do Espírito Santo, ser tocados pelo fogo pentecostal.

“Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até os confins da terra.”(Atos 1: 8)

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

O ANTIGO QUE PERMANECE NOVO: PROTESTOS POR SANTIFICAÇÃO


Por: Pr. Glauco Barreira M. Filho


A cada dia que passo, eu me alegro mais ao ler os sermões que o intrépido pastor presbiteriano escocês Robert M. McCheyne pregou no século XIX. No artigo de hoje, eu gostaria de traduzir uma parte do sermão ocorrido em um culto de comunhão:

        “Tendes o amor de Deus em vossa alma, o Espírito de Deus em vós outros? Como, pois, vos atrevereis a pisar o umbral sequer de um teatro ou de uma taberna? O que?! O Espírito de Deus em meio a extravagantes canções de um teatro, ou entre os tempestuosos jogos da taberna! Vocês podem conceber? Sintam vergonha dessa prática blasfema! Não, deixai, queridos amigos, deixai esses ídolos que hão de ser enjaulados com os demônios e demais bestas imundas. Vós outros não deveis cruzar seus umbrais nunca mais. E que direis dos jogos de dados, de naipes ou do baile? 

Só quero dizer isso: que, se os amais, é sinal de que nunca haveis experimentado as alegrias de ser uma nova criatura. Se sentis o amor de Deus e do Espírito em vós outros, não buscareis o prazer das alegrias pecaminosas, senão que arredareis de vós outros as ansiedades vãs dos naipes e o barulho insensato dos dados.... Que direi da forma de vestir? Para uma jovem crente, cheia de alegria e fé, um rapaz, para galanteá-la, lhe ofereceu um adorno para seu cabelo, adorno que figurava um ramo de flores. Ela não quis aceitar. O jovem insistiu para que aceitasse. Sem rodeios, ela recusou. ‘Por que não quereis?’ Ah! – disse ela – como posso levar coisas assim sobre minha cabeça, quando Cristo teve de ser coroado de espinhos? O gozo de estar com Cristo é tão maravilhoso que converte todos os demais prazeres em insípidos, áridos e sem vida.” 

        Oh! Quanto a igreja precisa ser santa!

EDIFICANDO A IGREJA: AS PRIORIDADES PRIMEIRO


"Mas recebereis poder ao descer sobre vós o Espírito Santo e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra." (Atos 1.8)

Jesus estabeleceu o modo como a Igreja deve agir como representante de Deus na terra. Somos o Corpo de Cristo, somos embaixadores de Cristo no mundo. Estamos aqui para tomar posse da terra em nome do Senhor Jesus, derrotando e destruindo o poder do inimigo.

Primeiro, o Senhor nos capacita. Ele disse: Recebereis poder. Ele sabia que sem o Espírito, sem o seu poder, nada podemos fazer neste mundo. Somente o Espírito pode convencer o mundo do pecado, da justiça e do juízo. Nós pregamos, mas quem faz a obra é Deus através do Espírito Santo. A nossa primeira prioridade na obra de Deus é sermos cheios do Espírito.

A segunda é ser testemunhas. A igreja está no mundo com o objetivo de transformar o mundo, de salvar os perdidos. Para isso Jesus veio ao mundo, para isso Ele treinou os discípulos, para isso Ele estabeleceu a Igreja e a enviou. A Igreja deve glorificar a Deus. E a maneira de fazê-lo é realizando a Sua obra. Não apenas glorificá-lo com os lábios tendo o coração longe. Mas fazer como Jesus: "Eu te glorifiquei na terra, consumando a obra que me confiaste para fazer."

Irmãos, coloquemos as nossas prioridades como igreja, e como indivíduos na ordem certa. Sejamos cheios do Espírito e proclamemos o Evangelho de Jesus.

Pr. João Leão Xavier,  Terceira Igreja Batista Belo Horizonte - MG, extraído do Jornal O Batista Nacional.

CRISTÃOS FAMOSOS DISSERAM ...


SPURGEON

“Pois se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai Celestial o Espírito Santo aqueles que Lho pedirem! ” (Lucas 11.13).  Vede que há uma promessa distinta para os filhos de Deus, se tão somente pedirem, pois o Pai Celestial está solícito para dar esse poder tanto quanto um pai terreno deseja satisfazer os seus filhos. E esta promessa é feita excessivamente forte, pela urgência que tem, pois, a expressão “quanto mais dará o Pai Celestial”, é enfática e mostra o grau de força que contém. O Senhor Jesus torna, pela comparação de um pai comum, a alegoria mais compreensiva. Deus o Pai nos dará o Espírito Santo quando Lho pedirmos, porque Se empenhou em fazê-lo, mediante um penhor comum: PEDIR. Para isto usou um símile que Lhe desonraria o Nome, se o não cumprisse. Colocaria as Suas palavras em termos grosseiros, se não desse REALMENTE o Seu Santo Espírito a quantos o pedissem! ” 

(Twelve Sermons on the Holy Spirit, pág. 50).

domingo, 24 de fevereiro de 2019

MENSAGENS DEVOCIONAIS: O PREÇO DO PODER

Por: Dr. Lee Scarborough

E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder”. Lucas 24.49.

“Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas...” Atos 1.8ª.

O poder do Espírito é de necessidade absoluta em ganhar homens para Cristo em alta escala. “Não por força nem violência, mas pelo Espírito, diz o Senhor dos Exércitos”. 

Esta lei é escrita em letras maiúscula em toda história do evangelismo. Não há substituição para este poder. Uma personalidade dinâmica, atraente e gentil tem muita força em influenciar homens; porém estas qualidades não substituem o poder do Espírito. Eloquência e melodia de voz em cantar ou falar podem arrebatar temporariamente: porém é requerido o poder de Deus para tirar os homens dos seus pecados e regenerá-los. Profundos conhecimentos e cultura erudita em si mesmo tem grande valor para atraírem intelectualmente a Cristo e construírem Seu Reino glorioso na terra: porém nada disto toma o lugar do poder divino.

 “O Espírito de Deus tem afinidade especial com uma mente treinada”. Gentileza e amabilidade muito se avantajam na tarefa celeste de trazer homens ao conhecimento completo da vida em Cristo; mas não são suficientes em si mesmas. Todas estas coisas têm que ser vitalizadas e tornadas poderosas pela dinâmica Terceira Pessoa da Trindade.

Há, porém, certas condições espirituais necessárias para sermos revestidos deste poder. Elas constituem o preço que a alma paga por esta unção divina.

1 Apreensão espiritual, compreensão intelectual e apropriação psíquica da vida e significação da palavra de Deus.
2 Temos de ser o mais possível, completos e perfeitos em nossa vida de obediência à vontade inteira de Deus, se formos cheios do Espírito.
3 Uma entronização íntima e psíquica de Jesus Cristo como nosso Senhor e Mestre, é condição vital para a vinda de poder sobre nós, no empreendimento de grandes serviços (João 7.37-39)
4 É nisto que se manifesta a utilidade celestial de uma compaixão espiritual do poder de Deus para conquistar almas, jamais podemos menosprezar a grande necessidade de orações e súplicas persistentes e fervorosas para a aquisição de poder (Lucas 11.13). Devemos não somente receber o Espírito Santo, mas ainda orar pelo seu revestimento. (Lucas 24.49; Atos 1.4 e Atos 2.1 e 42).

A oração abre nossos corações, faz-nos submissos à vontade de Deus e condiciona as almas de tal modo, que o Espírito pode enchê-las com Seu poder. A ansiedade de Deus (Lucas 11.13) para dar-nos o Espírito não afasta a necessidade de orar por este poder. Deus tem prometido definitivamente um Pentecoste de poder aos discípulos de Cristo. Mas esta promessa não neutraliza a necessidade dos dez dias de uma espera (=expectativa) espiritual antes do Pentecostes. Tinham de orar para ver o cumprimento da promessa do Pai. E é assim.

Pentecoste não vem para os crentes que não suplicam.

6 -  É necessário estarmos dispostos a tomar parte nas aflições e sacrifícios do Evangelho.

FAZ DIFERENÇA

Quando possuímos esta unção espiritual, logo se faz diferença em tudo ao redor. Ela lubrifica todo o mecanismo interior da vida. Remove a atenção, a preocupação, a irritação e o medo. Aumenta dez vezes mais a eficiência espiritual, nossa oportunidade e o resultado de nosso serviço.
Multiplica o gozo de trabalhar. A pregação, o ensino, o testemunho, todas as artes celestes são mais suaves e fáceis. Multidões esperançosas encherão os bancos vazios, os perdidos buscarão o nosso ministério e mil oportunidade de servir abrir-se-ão. Paguemos, portanto, o preço do céu por este grande poder.

O MODO DE OBTER

“Enchei-vos do Espírito! ” É mandamento do Salvador ressuscitado, cujo Pai está mais disposto a dar-nos o Espírito do que nós somos dispostos a dar boas dádivas aos nossos filhos.
É uma oração para ser feita. (Lucas 11.13; Atos 4:31)
É um mandamento para ser obedecido. (João 16.7 e Atos 1.8)
É uma vida para ser ofertada. (Salmo 110.3)
É um Cristo para ser entronizado, (João 7.39)

Em síntese, orar, obedecer, apropriar, oferecer-se, entronizar Cristo e avançar para conquistar em Seu poder é ter certeza de que o Pentecostes seguirá em sua retaguarda.
(Coleção Vida Vitoriosa.)
Publicada no “O JORNAL BATISTA” fundado em janeiro de 1901, extraído da edição N. 14 - De 6 de abril de 1950.

A VISÃO CRISTÃ SOBRE O PROBLEMA DO MAL


Por: Dr. João Batista Costa Gonçalves

É propósito do presente artigo analisar o problema do mal sob uma perspectiva cristã, considerando as teorias mais destacadas que se erguem contra este tipo de abordagem.

A questão que sempre se levanta como desafio ao Cristianismo, quando se trata sobre o problema do mal, repousa na admissão da existência de um Deus bom e onipotente. Noutros termos, parece difícil, como argumentam o filósofo grego Epicuro e, mais recentemente, o filósofo empiricista David Hume, conciliar o seguinte dilema: se o mal existe contrariamente à bondade de Deus, então ele não seria onipotente. Se, por outro lado, Deus é um ser onipotente e bom, por que permite a existência do mal?

A partir do raciocínio supracitado, três indagações podem ser suscitadas: 1) se o mal existe, seria ele obra de deus? 2) a existência do mal descaracteriza deus como um Ser totalmente bom e onipotente? 3) com que propósito Deus permitiria a existência do mal? Doravante, tentamos trazer luzes a estas três questões.

Quanto à primeira indagação que diz respeito à origem do mal, poderíamos pensar com Santo Agostinho e afirmar que Deus, sendo o Sumo Bem, não poderia ter criado o mal? Segundo o bispo de Hipona, o mal seria concebido como a privação ou desvio do bem. Assim como a escuridão não é algo positivo, mas simples ausência da luz, o mal é a ausência do bem. O mal não teria existência autônoma, como afirma a filosofia maniqueísta ao dizer que o mal seria a matéria. Ao contrário, o mal seria um parasitário sobre o bem, identificado como um não-ser.

A doutrina agostiniana sobre a origem do mal, por outro lado, não nos conduz a crer, como se poderia supor, que o mal seria algo irreal e, por isso mesmo, negligenciável. Pelo contrário, o objetivo da doutrina é acentuar ainda mais a questão da procedência do mal.

Passemos à segunda indagação, ou seja, saber se a presença do mal constitui uma barreira insuperável para a crença em um Deus bom e onipotente. Antes, porém, cumpre estabelecer a diferença, conforme legada por Leibniz, entre o mal físico, que seria o sofrimento e a dor, tanto física como mental, e o mal moral, que seria a perversidade humana, ou na linguagem cristã, o pecado.

A par desses conceitos, podemos iniciar a discussão sobre a segunda questão, considerando o mal moral. A tradição cristã sobre encarou o mal moral em relação à liberdade e a responsabilidade do homem. Deus teria criado o homem não como um autômato, mas como um ser apto para agir correta ou erroneamente. O mal, por assim dizer, seria o uso errado que o ser humano faz do seu livre-arbítrio.

Em contraposição, um opositor argumentaria que Deus poderia ter escolhido criar homens livres e sempre inclinados a agir corretamente. Ocorre que esses seres constituem possibilidade lógica irreal, pois Deus concebeu o homem como criatura possuidora de liberdade moral, embora fosse capaz de criar seres de toda e qualquer espécie. Se Deus projetasse nas pessoas o traço de liberdade e capacidade para sempre agir de forma infalível, estas seriam qualquer outra coisa, menos pessoas. Ora, nada que resulte em contradição aos planos de Deus pode ser incluído na sua onipotência.

A pergunta imediata que poderia ser formulada era: por que Deus não criou esses seres, ao invés de pessoas? A fé bíblica responde afirmando que Deus criou o homem com o propósito de ter com ele uma relação pessoal e genuína e espontânea, o que não seria possível em outros termos.

E quanto ao mal físico?  Pode-ser afirmar que ele guarda estreitos laços com o mal moral, em razão de que grande parte do sofrimento que aflige a humanidade é fruto do próprio pecado do homem. E o que pode ser dito do sofrimento causado por forças externas, independentes da vontade humana? É lícito afirmar que o Cristianismo nunca declarou que Deus, depois da queda do homem, tinha o objetivo de criar o mundo para ser um palco paradisíaco onde a raça humana pudesse usufruir de todos os prazeres e estar aliviada de todas as dores. A esperança do cristão é que uma nova ordem de coisas seja instituída, na qual não haverá mais sofrimento e dor.

É bom que se diga, por outro lado, que, embora o mal esteja aqui e seja real, ele não foge do controle de Deus. O mal é temporário, ele será destruído. E Deus não poderia acabar de uma vez por todas com o mal que está no mundo? A resposta é afirmativa. Deus, porém, não resolve destruir o mal no presente instante porque fazê-lo implicaria a destruição da própria humanidade, já que o mal lhe é inerente. O propósito divino é da oportunidade  a todos os homens de escolher o bem, o que só se dará, nas palavras do apóstolo Paulo, pela aceitação da justiça de Deus através da fé em Jesus Cristo.

Partimos finalmente para a última  indagação. Qual a finalidade da existência do mal? A forma cristã de pensar sobre esta questão é dizer que em relação aos cristãos, Deus permite o mal como forma de conduzi-los no caminho da santidade. Em melhores termos, Deus permite que cristãos passem por sofrimento e dor porque, para o desenvolvimento das virtudes espirituais, como o amor e a paciência, é necessário vivenciar experiências adversas. Em relação aos não-cristãos, o objetivo do sofrimento é ser um meio, como declara C. S. Lewis, de Deus despertar o homem para a existência de um Deus bondoso e misericordioso. 

Extraído do Jornal Trombeta de Sião, Ano 01 - Número 11. - Outubro de 1998


sábado, 23 de fevereiro de 2019

MENSAGENS DEVOCIONAIS: FERRO E FOGO


Por
Oswald J. Smith



“O mundo ainda está por ver”, disse D. L. Moody, “o que Deus pode fazer através de um homem totalmente rendido a ele”. Moody era ungido, mas o segredo do seu poder era sua vida rendida a Deus – em outras palavras, seu contato diário com Deus, quando ele recebia uma nova unção para cada nova obra.

Por exemplo, imagine aqui o fogo e ali um pedaço de ferro. Agora, se eu quiser esquentar o ferro, terei de colocá-lo perto do fogo. E se resolver fazê-lo passar por uma experiência inusitada, diferente de tudo que já teve anteriormente, é só lançá-lo rapidamente no fogo, e ficará em brasa.

Mas isso não satisfará sua necessidade de calor para sempre. Ele não poderá dizer: “Agora, finalmente tive uma experiência incrível, sentimentos maravilhosos; estou quente e assim permanecerei para sempre. Daqui para frente, tudo o que entrar em contato comigo também ficará quente”. Nem poderá sair deliberadamente do fogo, acreditando ser autossuficiente, e partir em missão, tomando como certo que toda impureza foi eliminada e que pode agora transmitir seu calor onde quer que vá. Ah, não! Ele logo descobrirá que esfriou novamente e que não tem capacidade alguma de gerar ou transmitir calor.

O que ele deve fazer então? Deve permanecer perto do fogo, pois somente assim poderá receber seu calor. E somente depois disso é que poderá transmitir calor.

Assim é com você, meu amigo. Você pode ter uma grande experiência. Pode receber do fogo divino. Pode ter visões e revelações maravilhosas. Mas a menos que esteja em contato diário com o fogo da presença de Deus, logo estará frio e impotente. Se quiser que a unção permaneça, terá que manter diariamente comunhão e relacionamento com a Fonte da unção. A bênção só pode ser mantida através de constante contato com a Pessoa que abençoa. Não existe um caminho fácil. Eu não conheço nenhuma experiência que dure a vida toda. É preciso pagar um preço. E o preço neste caso é contato diário com Deus. Poucos querem pagá-lo. A maioria busca bênçãos e manifestações. Podem até agonizar e orar. Buscam visões e revelações. Mas aquela espera diária em Deus, que nos firma e estabelece, eles não querem.

Meu amigo, você tem um lugar para encontrar-se com Deus? Você tem tempo? Ou está muito ocupado? Tem observado a Vigília da Manhã, a Hora Silenciosa? Jesus Cristo é real para você? Você o conhece de verdade? Você já teve um encontro com ele, claro que sim. Encontrou-o quando se converteu. Mas, você realmente o conhece? Já se tornou amigo dele? Você o visita regularmente? O que ele significa para você? Eu já tive encontros com muitas pessoas, mas posso dizer que conheço poucas. É preciso viver com alguém para conhecê-lo. Leva tempo para tornar-se amigo. Você separa tempo? Você precisa tirar tempo para andar com Deus.

Você sabia que Deus tem fome por comunhão com seus amigos? Ah, sim! E ele quer encontrar-se com você todos os dias. E se você quiser receber o calor do fogo divino, terá de relacionar-se com ele constantemente, ou, do contrário, esfriará. Para isso, você precisa andar com Deus.

Texto extraído do Jornal Arauto – Ano 28 – nº 01 – Jan/Fev. 2010
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Fonte da imagem: https://www.canadianchristianleaders.org/leader/pauline-vanier-2-2-2/. - Acesso em 23. fev. 2019.

MENSAGENS DEVOCIONAIS: O FOGO DE DEUS

Samuel Chadwick 1860-1932
Por: Samuel Shadwick


O batismo no Espírito é o batismo de fogo. Esse é o milagre de Pentecostes. Ele acende o fogo da alma de Cristo na alma dos homens. Eles recebem, compreendem e reproduzem sua mente, seu coração e sua vida. Seu zelo torna-se o caráter dominante de sua vida. Eles manifestam sua fervorosa devoção à vontade do Pai, sua santa paixão por realidade e retidão, seu zelo consumidor pela salvação dos perdidos. Ele acende uma fervorosa devoção a Deus, uma paixão por retidão e um desejo consumidor de buscar e salvar os perdidos. Vida espiritual incandescente ilumina a mente, energiza todas as faculdades mentais e desperta todo o potencial de compaixão.

Salvação é assunto do coração. Conformidade com convenções exteriores e observação fiel de regras podem produzir um bom fariseu, mas nunca um cristão. É com santa paixão acesa na alma que vivemos a vida de Deus. Verdade sem entusiasmo, moralidade sem emoção, ritual sem alma são as atitudes que Cristo severamente condenou. Destituídas de fogo, são nada mais que filosofia sem Deus, um mero sistema ético e uma superstição. Paixão moral e espiritual é a essência da religião de Cristo.

O fogo não pode fazer concessões. A lógica da paixão é direta, simples e implacável. É impossível para homens inflamados fazerem cálculos friamente. Inspiração despreza dissimulação. As questões são simples quando o coração é intenso. A chama pura de um santo entusiasmo é um guia mais seguro do que a seca luz da razão fria. A segurança da alma está em seu calor. O fogo é a melhor defesa contra corrupção. Se quisermos estar seguros, devemos nos vestir com zelo tal como se fosse uma peça de roupa. Nossa religião está segura somente quando está protegida por “uma muralha de fogo à sua volta”.

É o fogo que prevalece. Durante cinquenta dias, os fatos do Evangelho já tinham sido concluídos, porém nenhuma conversão foi registrada. O Pentecostes registrou três mil almas. A causa que é capaz de incendiar as pessoas consegue também ganhar convertidos. Homens inflamados são invencíveis. O inferno treme quando homens pegam fogo. Pecado, mundanismo, incredulidade e inferno resistem a tudo menos ao fogo. A Igreja é impotente sem o fogo do Espírito Santo. Quando destituída do fogo, nada mais tem valor; quando possui o fogo, nada mais importa. A única necessidade vital é do fogo. Como recebê-lo, onde encontrá-lo, por quais meios retê-lo são as perguntas mais importantes e urgentes do nosso tempo. Uma coisa sabemos: ele vem apenas com a presença do Espírito de Deus, o próprio Espírito do fogo. Somente Deus pode enviar o fogo.

Extraído de The Way to Pentecost (O Caminho para o Pentecostes), de Samuel Chadwick.

Fonte: Jornal Arauto
Ano 31 - nº 01 - Jan/Fev. 2014.





CRISTÃOS FAMOSOS DISSERAM ...


JAMES A. STEWART

James A. Stewart
"O batismo realizado pelo Filho de Deus como está prometido em Atos 1.5, é uma experiência consciente que se realiza numa alma salva quando esta preenche os requisitos divinos. J. Brainerd Taylor, Handley Moule, Andrew Murray, A. B. Simpson, A.J Gordon, A. T. Pierson, Evan Roberts e muitos outros deixaram um legado para a igreja, em seus testemunhos de uma experiência jamais esquecida em suas vidas, quando o Espírito Santo invadiu-lhes o ser tomando inteiro controle. Há milhares de homens e mulheres humildes que também testificam de uma crise definida em suas vidas cristãs quando eles foram “atingidos pelo Poder do Alto”. Quem, porventura, entrando em contato com tais preciosas vidas, não reconheceu algo diferente do tipo comum dos cristãos?"

(Dr. James A. Stewart, evangelista batista mundialmente conhecido. Do seu livro “Heaven’s Throne Gift, págs. 83-84).

J. Brainerd Taylor

Handley Moule

J. A. Gordon

A. B. Simpson

Andrew Murray


quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

O ANTIGO QUE PERMANECE NOVO: CONTEMPLAÇÃO DE CRISTO


Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo (ou contemplando), como um espelho, a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória, na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor.” (II Cor. 3: 18).

            O segredo da transformação e do crescimento espiritual é olhar para Cristo e contemplá-lo. Os que não resolveram a questão dos seus pecados, entretanto, não poderão fazê-lo, pois a presença de Deus os confundirá e os atemorizará como fez com Adão após a queda. Os que dizem estar fitando Cristo, mas permanecem com seus pecados inconfessos, estão olhando para um ídolo, para um espectro, para um outro Cristo (II Cor. 11: 4). O prosseguimento nesse auto-engano os endurecerá para sempre, pois Deus permite que creiam na mentira os que não recebem com amor a verdade (II Tessalonicenses 2: 10-12).
            Contemplar a Cristo não é admirar uma projeção de nós mesmos, de nossos interesses e valores. Isso não nos levará a mudança, mas enrijecerá o nosso ego.
            Jesus nunca é como nós esperamos. Ele rejeitou o jovem rico que respeitava a lei e aceitou um publicano cafajeste (Zaqueu) que se arrependeu. Deus rejeitou o rei Saul porque começou um culto antes da hora e não matou todos os que eram do povo inimigo de Israel, mas aceitou Davi que cometeu adultério e homicídio. Ele aceitou Maria que aprendia a seus pés e rejeitou Marta que queria lhe servir. Ele aceitou que uma mulher estragasse um rico perfume para adorá-lo quando o dinheiro conseguido pela venda do perfume poderia alimentar muitos miseráveis. Ele aceitou o sacrifício de Abel e rejeitou o de Caim.
            Somente os que o contemplam o compreendem. É pela Palavra e não pelas nossas especulações que o contemplamos. É pelo Espírito que temos a visão de sua glória. É admirando-o que somos transformados.

“...Crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja dada a glória, assim agora como no dia da eternidade. Amém!” (II Pedro 3: 18)

Pr. Glauco Barreira M. Filho

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

O ANTIGO QUE PERMANECE NOVO: APRECIAR E OBEDECER


“Se os demônios pudessem ver o evangelho sem nenhuma relação que interferisse em seu próprio egoísmo, não só veriam que ele é verdadeiro, mas o aprovariam de todo o coração... A razão pela qual os maus e os demônios aborrecem a Deus é porque o vêem relacionado com eles mesmos; seus corações se levantam em rebelião porque o vêem em oposição a seu egoísmo” (CHARLES FINNEY).

            As pessoas mundanas procuram alegar razões intelectuais para não aceitarem o evangelho, mas na verdade, é o seu apego ao mundo e a sua indisposição para o arrependimento que as afasta do evangelho.

            Muitos há que conseguem admirar a beleza e a coerência do evangelho sem que se convertam realmente. Para tanto, eles se abstraem da mensagem. Eles conseguem em um esforço hercúleo apagar a voz da consciência, evitando qualquer aplicação prática e pessoal da mensagem. Aos poucos, essas pessoas vão se tornando cínicas, duras e indiferentes.

            Há pessoas que dizem gostar da sã doutrina e afirmam sua fé nela. Isso, porém, só dura até o dia em que os seus interesses colidem com a mensagem. A partir daí, elas começam a ter “dúvidas” sobre o que afirmaram com tanta convicção. O auto-engano as leva a dizer que estão revendo suas convicções à luz da “maturidade” que adquiriram.

            Há inúmeras pessoas que dizem: “Pastor, eu aprecio muito a mensagem de vocês, mas há um ponto, apenas um ponto em que discordo. Se vocês pudessem deixar de lado esse ponto, então, eu me uniria a vocês!”. Quando observarmos bem, vemos que esse “único ponto” é aquele em que os interesses da pessoa se conflitam com a mensagem.

            Apreciar os aspectos da doutrina de Cristo que não incomoda não é virtuoso. É preciso que prefiramos a vontade de Deus a nossa vontade quando ambas estiverem em conflito.

Pr. Glauco Barreira M. Filho

terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

O ANTIGO QUE PERMANECE NOVO: CHAMADOS PARA UMA VIDA DE COMUNHÃO COM DEUS



“...Não temas, porque eu TE remi, chamei-TE pelo TEU nome; tu és MEU” (Isaías 43: 1)

“...Vivo-a na fé no Filho de Deus, o qual ME amou e a SI MESMO se entregou por MIM.” (Gálatas 2: 20).

            A fé bíblica não é apenas uma manifestação da mente, mas, antes, é o salto do coração para Deus. O amor que Deus teve por cada um de nós foi personalizado. Deus não nos amou em massa, mas em individualidade. Se só houvesse você no mundo, Jesus teria vindo para morrer do mesmo modo.
Deus nos conhece pelo nome. Ele lida conosco diretamente por meio de seu Filho, não por meio de supostos mediadores. Em sua onisciência, ele pode olhar para cada um de nós, conhecer nossas aflições e necessidades. Jesus ainda se move de íntima compaixão ao ver o homem sofrer ou se extraviar.
O nosso Jesus chorou diante do túmulo de Lázaro. Ele também chorou pela dureza de Jerusalém. Ele tocou os leprosos e levou em conta o amor de um pai ou de uma mãe pelo seu filho ou filha.
A linguagem da fé é pessoal. Deus quer se relacionar conosco. Crer nele é aceitar o seu amor pessoal por nós.
A oração não é primeiramente um instrumento para pedir coisas a Deus, mas uma via para falar e comungar com ele. O louvor não é apenas música, mas é gratidão e adoração. A Bíblia não é apenas um manual, mas é a boca de Deus.
Precisamos reconhecer a providência de Deus nos acontecimentos, a vocação na profissão, chances de servi-lo em cada oportunidade. Precisamos viver sob céus abertos.
O Espírito Santo é Deus presente. Devemos ouvir sua voz e sentir sua presença.
Não é de mais dinheiro, diversão ou companhia humana que precisamos. Precisamos mais de Deus! Precisamos de Deus com urgência! Precisamos de Deus continuamente!

Pr. Glauco Barreira M. Filho

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

O ANTIGO QUE PERMANECE NOVO: SANTOS ANELOS


“O boi conhece o seu possuidor, e o jumento, a manjedoura do seu dono, mas Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende” (Isaías 1: 3)

Nos dias atuais, a Europa, palco de inúmeros avivamentos espirituais no passado, vive em ateísmo prático. As pessoas não confessam nem negam lá a existência de Deus, elas simplesmente vivem como se Ele não existisse.
Esse tipo de mentalidade também é comum entre nós em círculos universitários mais arrogantes. O que, entretanto, prevalece na América Latina e nos EUA não é a indiferença para com Deus, mas o uso de seu nome para fins pessoais. Entre a indiferença dos europeus e a instrumentalização da figura de Deus feita pelos americanos (em sentido amplo), eu não sei o que é pior.
Através da teologia da prosperidade, as pessoas fazem de Deus um banco de investimento ou uma aposta de sorte. Se as pessoas devem ser amadas e as coisas devem ser usadas (como disse o filósofo Martin Buber), então, Deus foi rebaixado de sua condição de pessoa infinita para ser tratado como coisa pelas pessoas.
Alguns psicólogos falam das vantagens psíquicas de se crer em Deus mesmo que ele não exista. Deus passou a importar como condição de saúde mental, sendo pouco relevante indagar a sua realidade.
A Bíblia mostra que Deus é real. Ele é o eterno EU SOU. Deus deve ser buscado pelo que ele é, não pelo que pode dar. Devemos em tudo dar graças como fez Jô. Devemos amar o ser de Deus como Davi o expressou em seus salmos. O homem só encontrará a Deus se o buscar de todo o coração.
Nós fomos criados para Deus e só nele seremos o que fomos projetados para ser. Sem Deus, a vida humana não tem sentido, principalmente em razão da morte.
Precisamos de uma piedade vital na qual se busque a santidade porque Deus é santo, a justiça porque ele é justo, a pureza porque ele é puro. Precisamos desejar uma profunda comunhão com Deus e não meros arrepios emocionais. Precisamos de mais profundidade, mais realidade, mais peso de glória.
É hora de conhecermos o quebrantamento e a contrição, a meditação contemplativa e o silêncio eloqüente. É hora de reverenciarmos a majestade de Deus, de reconhecermos a autoridade de sua palavra, de tremermos em sua presença.
Não podemos brincar de igreja.  Os aventureiros não podem ser pastores. O cântico não pode se sobrepor à palavra. Os cultos de oração não podem estar vazios. A escola dominical não pode ser superficial.
Nós devemos querer mais de Deus porque Deus quer mais de nós. Devemos esperar mais de Deus porque Deus espera mais de nós!

Pr. Glauco Barreira M. Filho

sábado, 16 de fevereiro de 2019

O ANTIGO QUE PERMANECE NOVO: IMPACTO DO ESPÍRITO


    E, tendo orado, moveu-se o lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo, e anunciavam com ousadia a palavra de Deus” (Atos 4: 31).
            Há uma profunda relação entre a pregação da Palavra e a plenitude do Espírito. A palavra chave nessa relação é “ousadia” ou “intrepidez”. O poder do Espírito é poder para testemunhar, capacitação para servir.
            Os relatos bíblicos de plenitude do Espírito Santo acontecem normalmente durante reuniões coletivas. Deus derrama seu Espírito sobre comunidades expectantes.
            A plenitude do Espírito é sempre uma experiência marcante acompanhada de “vento impetuoso”, “tremor”, línguas, profecia, etc. Quem recebeu essa experiência sabe que a recebeu. Ela não é uma realidade abstrata ou inconsciente. Não é o recebimento de uma influência ou ação do Espírito, mas, antes, é o recebimento pessoal e consciente da própria terceira pessoa da divindade.
            A hora é de estarmos juntos, mas não para entretenimentos e programações sociais. Precisamos estar juntos em oração, em expectativa. Vamos confessar nossas culpas de modo contrito e sincero, derramando a nossa alma diante de Deus. Vamos deixar a sede de Deus possuir o nosso ser para que também sejamos plenos de sua presença.
            Deus quer nos fazer transbordar. É a nossa indiferença e comodidade que tem limitado as possibilidades de sua operação.
            Vamos nos encorajar e admoestar reciprocamente. Lembremo-nos que temos um inimigo espiritual comum. Vamos agir como soldados numa batalha, assumindo a nossa cidadania celestial. Façamos justiça ao nosso título de “protestantes”! Mas não façamos isso no espírito de aventura nem como expressão de algum estado neurótico. Protestemos com sentimento de missão e na força da unção!
            Esse retiro do período de carnaval será um treinamento, um treinamento para o avivamento! Vamos aprender as atitudes e prioridades corretas. Busquemos a Deus e sejamos cheios de seu Espírito!


Pr. Glauco Barreira M. Filho

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

O ANTIGO QUE PERMANECE NOVO: FOGO ESPIRITUAL


   


             Precisamos urgentemente de fogo evangelístico e poder do Espírito Santo para pregar a mensagem da cruz e do arrependimento, para denunciarmos o pecado e arrebatarmos almas das trevas.

            C.H. Spurgeon, conhecido avivalista batista, disse:

            “Irmãos, exorto-os a se apegarem ao evangelho, deixando que suas almas se encham dele, e oro para que possam arder com ele. Quando a mecha estiver saturada, apliquem a chama. O fogo do alto continua sendo a necessidade da época. Quando o fogo alcança a vasta floresta, tudo que está seco ou murcho desaparece ante o seu terrível avanço. Que Deus mesmo, que é um fogo consumidor, arda sempre em vocês como na sarça de Horebe. Em igualdade de condições, o que tiver mais fogo divino é o que realizará mais. Esse elemento sutil e misterioso chamado fogo, quem sabe o que é? É uma força de poder inconcebível... Não há dúvida de que o fogo, tal como está em Deus, ao descer sobre os Seus servos, torna-se uma energia onipotente. Talvez a chama consagrada os consuma, devorando a saúde corporal pelo excesso de ardor da alma, do modo como a espada afiada desgasta a bainha; mas, que importa? O zelo da casa de Deus consumiu o nosso Mestre, e não me admira se também devorar a Seus servos. Se, pelo excesso do trabalho, morremos antes de alcançar a idade de outros homens, desgastados no serviço do Mestre, glória a Deus, porque se tivermos pouco tempo na terra teremos bem mais no céu!”

            Vamos usar nosso vigor, juventude, intelecto e experiência para a glória de Deus e expansão de seu Reino. Vamos servi-lo com todas as nossas forças. Sejamos urgentes. Deixemos para descansar no céu! Vamos ganhar almas! Busquemos fogo!!!

Pr. Glauco Barreira M. Filho