A ESPIRITUALIDADE EVANGÉLICA
“Ora, pois, assim diz o
Senhor dos Exércitos: Aplicai o vosso coração aos vossos caminhos.”(Ageu 1: 5)
A Bíblia nos convida constantemente a
um auto-exame (II cor. 13: 5). Há até um momento institucional para isso na
Ceia do Senhor (I Cor. 11: 28). Paulo, em suas cartas, fustigava os seus
leitores para se examinarem (I Cor. 10:22-24).
Os metodistas do século XVIII, assim
como os pietistas luteranos, praticavam o auto-exame. Esse auto-exame não era
uma introspecção egocêntrica, mas um colocar-se diante de Deus para ser por ele
sondado. Não dependia da habilidade humana para uma auto-análise psicanalítica,
mas era um ato espiritual, era uma exposição à luz divina.
O corre-corre da vida, a redução da
oração às petições por resoluções de problemas temporais e a redução da vida
espiritual à leitura de livros de teologia, obscureceu a importância do
legítimo auto-exame.
A
meditação, a contemplação e aquilo que era chamado de “prática da presença de
Deus” foram esquecidos. Tais coisas são vistas hoje como ócio e inatividade.
Alguns
protestantes atuais, tendo em vista que não há interesse pela tradução das
obras dos pietistas, metodistas e puritanos (muita literatura teológica dos
puritanos tem sido traduzida, mas não a literatura devocional), têm buscado o
fomento da espiritualidade a partir de autores católicos. Obras de padres e
freiras têm sido lidas. Como a “espiritualidade” romanista é viciada por uma má
teologia e por elementos de esoterismo grego, o resultado já é imaginável. Tais
protestantes, entretanto, foram parar aí porque nós perdemos a verdadeira
espiritualidade bíblica e evangélica.
Urge
que, em nossos dias, haja uma redescoberta da espiritualidade evangélica. Não
podemos ficar dependentes da “espiritualidade” católica, pois esta produziu
muitas pessoas esquisitas, mas nunca gerou um avivamento espiritual. Precisamos
daquela espiritualidade que fundamentou os grandes avivamentos. Precisamos de
um novo movimento puritano, pietista ou metodista.
Embora
durante a Reforma, houvesse uma forte resistência de Lutero e Calvino aos
anabatistas, todos os movimentos de espiritualidade protestante aprenderam suas
lições do anabatismo. O anabatismo era um movimento permanente de
espiritualidade.
Desejo
firmemente que nós, anabatistas da Moriá, voltemos às nossas fontes para
liderarmos um movimento geral de retorno à espiritualidade evangélica. É hora
de começarmos a fazer o nosso auto-exame...
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