Por Glauco Barreira M. Filho
Atualmente, é
muito comum ouvir alguém dizer que a Bíblia é um livro complexo, porque é
suscetível de diversas interpretações. Antigamente, nós ouvíamos os incrédulos
e os católicos dizerem tais coisas, mas, agora, os próprios evangélicos estão
dizendo isso também.
Durante
a Reforma Protestante, não apenas os crentes defenderam a autoridade da Bíblia
e sua exclusividade como regra de fé e prática, mas também fizeram apologia de
sua clareza. Clareza, aqui, não significa que a adoção de uma interpretação
literal ingênua é o bastante. Significa, isto sim, que um estudo comparativo de
passagens da Bíblia evidencia que só pode haver um sentido aceitável.
Os
católicos foram preparados por seus líderes para considerar a Bíblia um livro
difícil. O objetivo disso era evitar que seus fiéis se abrissem a exposição da
verdade feita por cristãos simples. Hoje, os católicos estão lendo a Bíblia,
porque os evangélicos já não conhecem o santo livro como antes e, logo, não
podem persuadi-los ou confundi-los. Por outro lado, a Bíblia católica vem
carregada de comentários que torcem o sentido evidente da Escritura. O
católico, porém, submisso cegamente à sua igreja e extasiado pelos inúmeros
títulos acadêmicos de seus comentaristas, se deixa enganar livremente.
Os
incrédulos e “crentes” liberais, por sua vez, afirmam hoje a obscuridade da
Bíblia e sua suscetibilidade a diversas interpretações pelo fato de não
desejarem obedecer ao seu sentido evidente. Como o sentido real da Bíblia é um
embaraço para sua comodidade carnal ou para sua mente “sofisticada”, o liberal
(cristão professo ou incrédulo professo), não pode aceitá-lo, entregando-se,
então, a um labirinto de interpretações mirabolantes.
John
Wesley, pregador e líder no grande avivamento do século XVIII, disse:
“Dura
palavra é esta para o ´homem natural’ que está vivo para o mundo e morto para
Deus. Ele dificilmente será persuadido a recebê-la como verdade de Deus, a não
ser que seja de tal forma modificada pela interpretação que não lhe reste nem
aplicação e nem significação. Ele não aceita as palavras do Espírito de Deus,
tomadas em seu sentido claro e óbvio, porque são loucura e, de fato, não pode
entender porque elas se discernem espiritualmente”
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