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terça-feira, 9 de abril de 2019

O ANTIGO QUE PERMANECE NOVO: PEDRO NÃO FOI PAPA (PARTE I)


PEDRO NÃO FOI PAPA (I)

Quando Jesus perguntou aos seus discípulos QUEM eles diziam que ele era, Pedro, tomando a palavra, falou em nome de todos, dizendo: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mateus 16: 16). Nesse momento, nos evangelhos de Marcos e Lucas, a narrativa desse diálogo termina. Mateus, por sua vez, registra as palavras que Jesus disse a Pedro em seguida a isso. Os outros evangelistas não registram a narrativa subseqüente de Mateus porque ela não acrescenta novas informações teológicas, antes, tão somente confirma a confissão de Pedro.
               Mateus diz que Jesus felicitou Pedro pela confissão acertada que fizera, assegurando que ele falara por revelação do Pai (Mateus 16: 17). Depois disso, Jesus disse:

“Pois também eu te digo que tu és Pedro e SOBRE ESTA PEDRA edificarei a minha igreja...” (Mateus 16: 18).

               O nome masculino “Pedro” vem de “petros” (grego), que significa “fragmento”, mas “pedra”, termo feminino, vem de “petra” (grego), que significa uma grande rocha. Jesus disse que, apesar de Pedro ser apenas um fragmento, a sua confissão (ou aquele a quem ele confessara) era uma rocha. A “pedra” era a confissão de Pedro (a divindade de Cristo) e não o próprio Pedro. Se Jesus quisesse dizer que a pedra era Pedro, ele teria dito: “sobre TI edificarei a minha igreja”.
               Pedro, inconstante, jamais poderia ser o sustentáculo da igreja. No mesmo capítulo 16 de seu evangelho, Mateus narra:

“E Pedro, tomando-o de parte, começou a repreende-lo, dizendo: Senhor, tem compaixão de ti; de modo nenhum te acontecerá isso. Ele (Jesus), porém, VOLTANDO-SE, DISSE PARA PEDRO: PARA TRÁS DE MIM, SATANÁS, QUE ME SERVES DE ESCÂNDALO...” (Mateus 16: 22, 23).

               O próprio Pedro disse que Jesus era a “pedra” (Atos 4: 11, 12; I Pedro 1: 4, 6, 7). Paulo diz que “a pedra era Cristo” (I Cor. 10: 4) e que “ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo” (I Cor. 3: 11).
               Paulo diz explicitamente que Jesus é a pedra sobre a qual a igreja está edificada:

“...de que JESUS CRISTO É A PRINCIPAL PEDRA DA ESQUINA; NO QUAL TODO EDIFÍCIO, BEM AJUSTADO, CRESCE PARA TEMPLO SANTO NO SENHOR, NO QUAL TAMBÉM VÓS JUNTAMENTE SOIS EDIFICADOS PARA MORADA DE DEUS NO ESPÍRITO.” (Efésios 2: 21-22)

Pr. Glauco Barreira M. Filho


segunda-feira, 1 de abril de 2019

"O ANTIGO QUE PERMANECE NOVO": Reflexões cristãs para um mundo pós-moderno


MARIA E A ERUDIÇÃO CATÓLICA

Pr. Glauco Barreira M. Filho

            Nós, evangélicos, amamos Maria, mãe de Jesus, como nossa irmã em Cristo, mas não a consideramos como “Mãe da Igreja” nem a invocamos para solução dos nossos problemas ou para melhorar a nossa condição eterna diante de Deus.
            Nós achamos estranho que os católicos invoquem Maria (ou qualquer santo), pois praticamente todas religiões entendem que somente Deus é o destinatário das orações e do culto. Era ilógico até para os pagãos cultivar uma devoção religiosa para com alguém que não fosse divino em algum grau. Pensar diferente em um contexto monoteísta seria um retrocesso.
            Acredito que todos os evangélicos têm a curiosidade de saber até que ponto os eruditos católicos sabem da gravidade de seu erro. Para exemplificar um caso, eu gostaria de citar trechos de um livro católico publicado pela Editora Paulus. Para revelar a minha ausência de preconceitos, confesso que adquiri esse livro em uma livraria católica que da qual sou “freguês”. Trata-se da “História das Heresias” de Roque Frangioti (Pós-graduado na Fac. N. Sra. Da Assunção em SP, Ex-Diretor do Instituto Teológico São Paulo – ITESP, Doutor pela Universidade de Ciências Humanas de Estrasburgo-França, Autor de vários livros pela Editora Paulus). Não farei comentários. A conclusão será do leitor. Eis as citações:

            “Até o século V, não havia ainda um culto oficial a Maria, mãe de Jesus... Até então, para muitos pais da igreja, o título ‘mãe de Deus’ não se podia fundar biblicamente. Ao contrário, certos textos bíblicos não favoreciam nenhum culto ou fundamento histórico a um culto mariano. Em Mt 12, 48-49, por exemplo, parece haver um rompimento em termos de parentesco carnal, relativizando a maternidade carnal de Maria para dar ênfase ao parentesco espiritual entre os membros da comunidade. Em Lc 11, 27-28, não se elogia Maria por ser, propriamente, a mãe de Jesus, mas como aquela que crê e pratica a vontade de Deus.” (p. 123)

            “A proclamação do dogma da maternidade divina, na cidade de Éfeso, parece ter um significado profundo e está ligado a UMA TRADIÇÃO PAGÃ muito antiga. Dizem os historiadores que o povo aguardava, ansioso, junto à basílica, o encerramento do concílio. Quando se soube que os bispos conciliares reconheceram Maria como verdadeira Mãe de Deus, o povo saiu jubiloso pelas mesmas ruas em que, quatro séculos antes, havia-se produzido um grande tumulto contra o apóstolo Paulo porque este se opunha a devoção pagã, ao culto da deusa-mãe Ártemis... A cidade que outrora havia adorado a deusa-mãe Diana-Ártemis, cujo templo em Éfeso estava entre as maravilhas do mundo, agora acompanhava os bispos conciliares com tochas acesas, em meio aos aplausos e aclamações de alegria.” (p. 135)

            “A partir de Éfeso, Maria se torna a ‘deusa’ da fecundidade, do amor, da beleza, da virgindade, a criatura mais nobre de todas que a história conhecera. Em certas épocas, Maria ameaçou tomar o lugar do Filho no coração de muitos fiéis. Epifânio nomeia uma seita Mariana, os Colliridiani, declarando que seus adeptos celebravam, em nome de Maria, um culto constituído pela oferta de pão sem fermento (cf. Ancoratus, XIII, 8). Em Haereses 78, 23; 79.1, explica Epifânio que se trata de uma seita feminina ativa na Arábia, pelos fins do século IV, que venerava a Virgem Maria como uma divindade; e em tal seita se comungava uma vez por ano com o pão que lhe era oferecido sobre o altar.
            “Sua vida se cercou de muitas lendas sobre seu nascimento, sua consagração no Templo, ainda como criança, sua ASSUNÇÃO corporal ao céu. O calendário litúrgico foi-se enriquecendo de festas em sua honra. Foi-lhe consagrado um dia por semana, o sábado. Depois, o mês de maio. Acrescentou-se, posteriormente, o mês de outubro.
            “Estudiosos sugerem que tem significação associativa muito forte o fato de também a deusa egípcia Ísis ser venerada como Mãe Universal e Rainha do Céu, e seu culto, que perdurou até o século VI, ter sido o mais poderoso rival que o cristianismo teve de enfrentar na competição por prosélitos, no Egito helenístico. Pesquisadores da arte egípcia foram despertados e sensibilizados pelo fato surpreendente de que as representações gráficas e esculturais de Ísis mostravam-na segurando, no colo, o filho divino Horo, o que se tornou a figura clássica da Madona e seu ‘bambino’ na arte cristã.” (p. 136).

sábado, 30 de março de 2019

O ANTIGO QUE PERMANECE NOVO: EVANGÉLICOS MIMADOS

EVANGÉLICOS MIMADOS

Pr. Glauco Barreira M. Filho

            Uma criança mimada não aceita ser contrariada. Quando isso acontece, ela reage indo para o outro extremo. Se os pais não fazem o que elas querem, então, elas odeiam os pais. Se faltar uma coisa na comida que elas gostariam de comer, então, elas não comem nada.
            Todos conhecemos a tentativa de Francis Schaeffer de conciliar o intelecto e a fé. Ele fundou o L’ Abri na Suíça para apresentar o evangelho aos intelectuais questionadores. Em sua vida, Francis Schaeffer foi fiel aos princípios evangélicos. As suas respostas fundamentais foram bíblicas. Ele, entretanto, adotou um estilo de vida que objetivava atrair os intelectuais “mauricinhos”: cabelo mal cortado, cavanhaque, informalidades, roupas joviais... Ele não percebia que uma cultura mundana está impregnada de idéias mundanas.
            Eu procuro ensinar a meu filho que não use o boné ao contrário e evite jogos eletrônicos. Eu sei que a cultura secular não é inocente e valores negativos se transmitem pela forma de vestir, de brincar, etc. Não quero impedir meu filho de ter uma boa infância. Antes, procuro todas as alternativas aceitáveis para lhe proporcionar prazer. No entanto, mantenho-me vigilante e procuro conhecer os valores que se encarnam na cultura secular que o rodeia.
            O filho de Francis Schaeffer, Frank Schaeffer, dentro do contexto de vida que lhe proporcionou o pai, foi mais um amante das artes do que do evangelho. Ele revoltou-se porque os evangélicos não apreciavam tanto as suas obras de arte como os incrédulos. Hoje, ele não é mais evangélico. Ele tornou-se membro da Igreja Católica Ortodoxa Grega! Afinal de conta, os ortodoxos gregos são conhecidos pelo seu amor à arte e à iconografia (para não dizer idolatria).
Henry Newman foi um dos mais eminentes teólogos e pregadores protestantes (anglicanos) do século XIX. O seu gosto pela filosofia e pelas formalidades cerimoniais não foi bem compreendida pelos protestantes. Em reação a isso, ele tornou-se católico romano.
            Eu sei que muitos leitores estão espantados com essas notícias, mas é isso que tantos outros estão fazendo agora. Quantas pessoas não estão abandonando a igreja doutrinariamente mais correta por outras que tem um coral mais bonito, um ambiente mais “socialmente ajustado”, um espaço para fazer de seus filhos os grandes músicos de amanhã. Embora a mudança de igreja aqui seja dentro do cenário evangélico, as prioridades são as mesmas de quem deixou a igreja evangélica pela igreja católica ortodoxa grega ou pelo catolicismo romano!
            Há um pastor em nossa cidade que se divorciou de sua mulher e casou com outra contra a orientação de sua denominação (que hipocritamente tem muitos obreiros oficiais vergonhosamente na mesma situação). Ao se desagradar da reprimenda, fundou a sua própria igreja com o mesmo nome, mas não com o mesmo sobrenome. Em sua mágoa, procurou os empresários para lhe financiar uma mega-igreja. Agora, ele tenta ser o líder da denominação no Ceará, fazendo uma grande revanche. Do outro lado, o novo líder da denominação de onde ele saiu, procura evitar um êxodo de obreiros para a igreja do concorrente, dilapidando o patrimônio da igreja, ou seja, remunerando todos os obreiros (músicos, tiradores de ofertas, professores de Bíblia, dirigentes musicais...).
            Estamos em um cenário marcados por homens que querem aparecer. Uns querem ser o grande artista evangélico, outros querem ser o grande filósofo evangélico, outros querem ser o grande líder (empresário da fé) evangélico... Ai se não conseguirem!Não sabemos o que vai acontecer! Eles são “mimados” (não por Deus)!!

quarta-feira, 27 de março de 2019

O ANTIGO QUE PERMANECE NOVO: CATÓLICOS, HUMANISTAS, PROTESTANTES E A TEORIA DA EVOLUÇÃO


A teoria da evolução de Darwin tem sido bem aceita por católicos, humanistas e protestantes liberais (modernistas).
            Conforme se pode depreender dos pronunciamentos papais a favor da teoria evolucionista, o catolicismo abraçou o darwinismo. Isso interessa ao catolicismo porque a aceitação da evolução leva a uma necessidade de alegorização do texto do Gênesis, tornando o seu sentido extremamente complexo.
Uma das grandes divergências entre o catolicismo e o protestantismo ortodoxo foi a questão da clareza da Escritura. Os protestantes asseveravam no século XVI que todos poderiam examinar livremente a Escritura para encontrar a verdade porque a Escritura era clara. A igreja romana rejeitava a clareza da Escritura, defendendo sua complexidade e a necessidade da interpretação alegórica. Segundo ela, o sentido oculto das Escrituras só pode ser desvendado pela “igreja” papal, a qual conhece uma pretensa tradição oral que serve de chave para abrir o sentido.
Uma das grandes refutações à teoria da evolução é a defesa de políticas de preservação de espécies em extinção. Se os mais fortes devem prevalecer, porque se deve proteger os mais fracos? A explicação de alguns é que o homem evoluiu até o ponto de se tornar o responsável pela continuidade do seu próprio processo de evolução, bem como dos demais seres vivos. Nesse caso o homem, sem um criador, se torna o administrador do mundo, ou seja, se transforma em Deus. É por essa divinização do homem e pela exclusão de Deus que o humanismo secular abraça a teoria da evolução.
Os protestantes liberais ou apóstatas são aqueles que se desviaram dos princípios da Reforma do século XVI para abraçar um “cristianismo acadêmico”. Eles sujeitam o sentido da Escritura às ciências seculares, fazendo, inclusive, crítica da validade dos documentos sagrados e de suas narrações. Para conciliar o Gênesis com a teoria da evolução, os liberais dizem os evolucionistas (ateus na sua maioria) irão dizer que sentido se deverá dar as informações contidas no Gênesis.
O protestantismo ortodoxo e o fundamentalismo bíblico são hoje os grandes adversários da teoria da evolução. Aceitá-la seria negar a clareza da Escritura e sua auto-suficiência. Para a lógica do protestantismo bíblico, é imprescindível ser contra a teoria da evolução. Por outro lado, ela não se baseia em fatos incontestáveis e nega frontalmente o relato bíblico da criação.
Uma igreja que aceita a teoria da evolução ou não se pronuncia frontalmente contra ela nega sua herança reformada ou fundamentalista.
Não existe protestantismo legítimo conciliável com o evolucionismo!!

Pr. Glauco Barreira M. Filho

segunda-feira, 18 de março de 2019

O ANTIGO QUE PERMANECE NOVO: CIÊNCIA E RELIGIÃO



            Embora seja verdade que, como alguém já disse, a ciência estuda os séculos das rochas e a religião estuda a “rocha dos séculos”, a ciência comprova muitas verdades contidas nas Escrituras Sagradas. Arno Penzias, o ganhador do prêmio Nobel que descobriu a radiação de fundo do suposto Big Bang, disse:

            “Os melhores dados que temos são exatamente os que eu teria previsto, não tivesse eu nada com que prosseguir senão os cinco livros de Moisés, os Salmos, a Bíblia como um todo”.

            É sabido que Charles Darwin, no final da vida, abandonou a teoria da evolução que o tornou famoso para tornar a abraçar o relato da criação. Uma revista cristã alemã explicou o fato, dizendo que Darwin desistiu de procurar o elo perdido entre o homem e o macaco para aceitar o elo achado entre Deus e os homens: Jesus Cristo.
Entre as afirmações que Darwin fez durante a sua vida, eis uma que muito importante:

            “... A extrema dificuldade, ou antes impossibilidade, de conceber este imenso e maravilhoso universo, incluindo o homem, com sua capacidade para olhar muito atrás no passado e muito para dentro do futuro, como o resultado da chance ou necessidade cegas. Ao assim refletir, sinto-me compelido a olhar para a Primeira Causa como tendo uma mente inteligente em algum grau análogo àquela do homem; e mereço ser denominado teísta.”

            O astrofísico Robert Jastrow concluiu:

            “Para o cientista que vive pela fé no poder da razão, a história termina como um sonho ruim. Ele escalou a montanha da ignorância; ele está para conquistar o mais alto pico; quando se agarra à rocha final, é saudado por um grupo de teólogos que estavam sentados ali há séculos”.

Pr. Glauco Barreira M. Filho

domingo, 17 de março de 2019

O ANTIGO QUE PERMANECE NOVO: APRENDENDO COM OS PURITANOS A EDUCAR OS FILHOS JOVENS


“E disse: Um certo homem tinha dois filhos. E o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte da fazenda que me pertence. E ele repartiu por eles a fazenda. E, poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo partiu para uma terra longínqua e ali desperdiçou a sua fazenda, vivendo dissolutamente...E caindo em si, disse: ....Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti... Mas o pai disse aos seus servos:... porque este meu filho estava morto e reviveu; tinha-se perdido e foi achado.” (Lucas 15: 11-24)
            Uma das grandes preocupações dos puritanos do século XVII era educar os filhos para terem uma conversão genuína a Cristo. Eles procuravam fazer com que seus filhos não tivessem falsas esperanças de conversão.
            Os puritanos educavam seus filhos para eles terem convicção de pecado e contrição, de modo que, sentindo logo o horror de “pequenos” pecados, se refugiassem em Cristo. Não criam que pudesse haver conversão verdadeira sem uma profunda angústia pelos pecados, acompanhada de um profundo e reverente arrependimento no qual fosse desvelada à fé as riquezas da graça transformadora de Deus.
A leitura do livro “O Peregrino” mostra o cuidado de não se confundir moralidade com conversão. Os puritanos preferiam que seus filhos ficassem no pecado por um tempo para sentirem a necessidade de conversão do que se iludirem na igreja pensando que eram crentes sem que o fossem. No filme “A Jornada”, há um momento em que um sábio professor de teologia assusta seu interlocutor ao dizer que é melhor deixar a pessoa no pecado até que sinta necessidade da graça do que “afastar” a pessoa do pecado por uma moralidade que lhe dê vã esperança.
Hoje em dia, nós vivemos em um período antagônico ao dos puritanos. Pais crentes pensam que devem manter seus filhos na igreja a todo custo, sem se preocuparem com a sua genuína conversão. Para atender a essa demanda do “mercado religioso”, apareceram igrejas oferecendo toda sorte de entretenimentos. Além do clube do Bolinha (departamento de homens) e do clube da Luluzinha (departamento feminino), há o clube dos jovens e suas várias opções. Há uma quadra de futebol nos fundos da igreja para quem quiser jogar bola, grupo de teatro para quem quer ser artista, grupo de música (para quem quer ser estrela musical), grupo de dança, etc. Além disso, há passeios, reuniões sociais e muito banquete. Tudo dentro de um ambiente burguês com muita conversa oca, fotografias e gozações de preletores que mais parecem animadores de auditório. Tudo isso para ninguém (principalmente os jovens) sair da igreja.
Dentro dessa conjuntura, muitos jovens crescem na igreja (bem ocupados!) e pensam que são crentes. O prejuízo é eterno. Os pais não querem ter a vergonha de ter um filho desviado fora da igreja, antes, preferem que estejam desviados dentro da igreja. O grande problema é que esses jovens pensam que são crentes e não procuram conversão. Todos os chamam de irmãos, os saúdam como cristãos, e qualquer psicólogo ou sociólogo sabe que a pessoa costuma internalizar a identidade socializada.
Até onde se irá para “salvar” um filho? Vamos mudar de uma igreja bíblica para uma liberal, de uma em que predomina a Palavra para uma onde predomina o entretenimento?. Amanhã, a pessoa poderá estar indo para uma que celebra casamento de homossexuais!
O pior de tudo é que quando esses filhos se desviam ficam irrecuperáveis. Evangelizá-los não funciona mais, pois pensam que já foram crentes de verdade (sem o ter sido) e não acharão graça em voltar para onde estavam. Se permanecerem na igreja em razão de uma ocupação (não por Cristo), os estaremos condenando ao inferno.
Sejamos sensatos. Se um jovem não quer permanecer numa igreja fiel, mas preferir outra em razão das oportunidades e entretenimentos, ele não é convertido.
Aprendamos a lição dos puritanos: Ou os nossos filhos em idade de decisão ficam na igreja por amor a Deus (e é nossa responsabilidade cultivar isso ao máximo) ou fiquem nos seus pecados para sentirem o seu gosto de fel e se converterem. Não criemos paliativos, não criemos alternativas intermediárias, não lhes criemos um purgatório. São nossos filhos, por isso devemos pensar no que é melhor para a alma deles. Não devemos procurar agrada-los nem a nós mesmo com aquilo que pode condena-los ao inferno!


Pr. Glauco Barreira M. Filho

quarta-feira, 13 de março de 2019

O ANTIGO QUE PERMANECE NOVO: O TRABALHO SECULAR E O PRECEITO DE DEUS



“E tomou o Senhor Deus ao homem e o pôs no jardim do Éden para O LAVRAR E O GUARDAR” (Gênesis 2: 15)

            O homem foi criado à imagem de Deus e isso incluía o fato de ele ser trabalhador. Jesus disse que tanto ele como o Pai trabalhavam (João 5: 17). Como homem, Jesus era carpinteiro (Marcos 6: 3), um homem “experimentado nos trabalhos” (Isaías 53: 3).

            Em Gênesis, a Bíblia mostra que o homem não deve viver à custa dos outros, mas deve comer o pão no “suor do rosto” (Gênesis 3: 19). Paulo diz aos tessalonicenses o seguinte:

“Porque, quando ainda estávamos convosco, vos mandamos isto: que se alguém NÃO QUISER TRABALHAR, NÃO COMA TAMBÉM.” (II Tessalonicenses 3: 10).

Nos dez mandamentos, a Bíblia diz que “seis dias trabalharás” (Êxodo 20: 9).
            Paulo diz que trabalhar é evidência da nova vida:

“Aquele que furtava não furte mais; ANTES TRABALHE, FAZENDO COM AS MÃOS O QUE É BOM...”(Efésios 4: 28).

“NEM DE GRAÇA, COMEMOS O PÃO DE HOMEM ALGUM, MAS COM TRABALHO E FADIGA, TRABALHANDO NOITE E DIA, PARA NÃO SERMOS PESADOS A NENHUM DE VÓS” (II Tessalonicenses 3: 8)

“A ESSES TAIS, PORÉM, MANDAMOS E EXORTAMOS, POR NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, QUE, TRABALHANDO COM SOSSEGO, COMAM SEU PRÓPRIO PÃO.” (II Tessalonicenses 3: 12).

            Um homem casar sem trabalhar, dependendo dos pais ou da mulher, é um grave pecado, além de ser um ato de irresponsabilidade aos olhos de Deus, da igreja e de qualquer pessoa sensata no mundo.

Pr. Glauco Barreira M. Filho



terça-feira, 12 de março de 2019

O ANTIGO QUE PERMANECE NOVO: ESTUDO E LABOR


           O apóstolo Paulo foi um homem que usou todo seu conhecimento dos clássicos gregos e romanos para criar pontos de conexão com os pagãos a fim de atrai-los para a mensagem do evangelho.
            Pedro era um simples pescador judeu. Ao se converter, todavia, aprendeu a língua grega e nessa língua escreveu as suas cartas, fazendo seu conteúdo legível aos gentios.
            Lutero desenvolveu habilidades na música para compor hinos e aprendeu grego e hebraico para traduzir as Escrituras.
            Percebemos que os grandes homens de Deus dedicaram-se aos estudos, aprimoraram os seus conhecimentos e desenvolveram suas habilidades e talentos. Não fizeram isso pensando em obter glória própria ou em crescer aos olhos do mundo. Não pensavam nisso para adquirirem um bom emprego ou ganhar dinheiro, mas para servirem a Deus em maior número de oportunidades. Por esse motivo é que o conhecimento não foi obstáculo as suas vidas espirituais. Não esfriaram pelo conhecimento e nem perderam a fé, mas criaram mais caminhos para os rios de água viva.
            O crente não deve ser ocioso ou negligente nos estudos. Deve aproveitar cada oportunidade de melhorar ou progredir, mas sempre deve ter em vista a glória de Deus. A glória de Deus não deve ser uma desculpa ou justificativa para a sua ganância ou ambição, mas deve ser a razão de sua vida.
            Joan Metcalf, em sua biografia de Catherine Booth (que se encontra a venda pela Moriá Editora), conta o seguinte sobre os conselhos que Catherine deu a seu esposo, William Booth, o fundador do Exército da Salvação:

            “Catherine incentivou William a melhorar seus talentos. Ele estava tão ocupado que achava difícil estudar. Ela sentia que, se sua posição não lhe permitisse estudar, ele não deveria permanecer nela. Ela o aconselhou como melhor usar seu tempo, a fim de achar uma hora para o estudo. Ele não deveria se preocupar demasiadamente pelo futuro. Ao mesmo tempo, ele devia se preparar para maiores responsabilidades

Pr. Glauco Barreira M. Filho

sábado, 9 de março de 2019

O ANTIGO QUE PERMANECE NOVO: CONTRA A HIPOCRISIA

“Ajuntando-se, entretanto, muitos milhares de pessoas, de sorte que se atropelavam uns aos outros, começou a dizer aos seus discípulos: Acautelai-vos, primeiramente, do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia. Mas nada há encoberto que não haja de ser descoberto; nem oculto, que não haja de ser sabido. Porquanto tudo o que em trevas dissestes à luz será ouvido; e o que falaste ao ouvido no gabinete sobre os telhados será apregoado.” (Lucas 12: 1-3)
            Quando uma multidão ajuntou-se diante de Jesus e perante seus discípulos, o Senhor aproveitou a oportunidade para ensinar seus discípulos a não se corromperem como os fariseus, pois esses religiosos judeus representavam para o povo uma imagem pública diferente da que tinham entre si ou na esfera íntima.
            O fermento dos fariseus é a hipocrisia. Os fariseus enganam o povo, dando interpretações que os favorecem, que levem o povo a homenageá-los. Eles, entretanto, sabem que enganam as pessoas, pois combinam fazê-lo. Vivem de conversas em gabinetes e cochichos privados. São maquiavélicos e mafiosos, orquestram planos e dissimulam. O pior de tudo é que eles fazem essas coisas, mas as negam, dizendo que os outros (não eles) é que estão fazendo isso. Talvez até acreditem sinceramente que os outros estejam fazendo isso, pois as pessoas costumam imaginar os outros sendo como elas mesmas são.
            Jesus disse que os discípulos não deviam ser como os fariseus. Para sua palavra ter impacto, ele disse isso na presença do povo ao qual os fariseus costumavam enganar. Ele confrontou os discípulos com o povo e na presença do povo.
            Jesus também explicou a sentença de Deus contra os hipócritas. Eles serão desmascarados. Alguns serão desmascarados nessa vida, enquanto outros o serão apenas no dia do juízo. O fato, porém, é que todos saberão o que disseram entre si e o que tramaram no íntimo. Naquele dia serão envergonhados.
            “Acautelai-vos do fermento dos fariseus!”

quinta-feira, 7 de março de 2019

AVIVAMENTO ESPIRITUAL - Rosalee Mills Appleby




Ficai, porém, em Jerusalém até que do Alto sejais revestidos do poder. (Lucas 24.49)

Dizia Goforth: “As leis espirituais, que governam uma ceifa espiritual, são reais e verdadeiras como as leis que governam as colheitas do reino material. Vou procurar entender essas leis espirituais e obedecê-las, custe o que custar”.

Não andemos sequiosos, quando o grande rio está perto. Não vivamos derrotadas, quando podemos ser mais que vencedores. Não permaneçamos presos aos lugares estreitos quando Ele pode assentar os pés no monte de Sião ou tirar a alma da prisão.  Não sejamos fracos, quando somos convidados a esperar em Jerusalém o poder capaz de triunfar todos os obstáculos terrenos.

Não lastimemos nossa pobreza, quando nosso Pai, com riquezas inestimáveis, oferece a Seus filhos uma herança. Não nos rojemos como vermes na lama, quando é possível alcançar a visão dos passarinhos em voo. Ó almas cansadas, há um lugar de vitória constante em Cristo. 

Ó crentes, que tendes sede e fome de Deus, há uma resposta para cada anelo da alma! O nosso bondoso Pai é incapaz de implantar desejos inatingíveis. Se almejas saciar a sede, há água jorrando. Aquele que implantou em cada um de nós o anseio da plenitude da presença divina, está pronto a satisfazê-lo. Possui o Reino que nosso Pai vos oferece. Sai do mundo estreito para a liberdade gloriosa do reino espiritual. Olhai acima do visível, para o invisível. Entrai na posse da vossa herança. Acima do barulho e da confusão de um mundo atordoado pelo pecado, ouvi a Voz mansa e suave. Apossai-vos do Seu poder. Apossai-vos da plenitude do Espírito Santo. Entrai no gozo das glorias que o mundo não entende. Gravai na alma as convicções que vos comunicam, em segredo, o Espírito que Cristo prometeu mandar para ensinar todas as coisas. Estendei a vossa mão em busca dos recursos infinitos de um Pai Amoroso. Voltai os olhos para a Pátria Brasileira, que precisa hoje de um avivamento, Gemei e clamai pelas coisas grande e firmes que Deus nos prometeu. (R. M. A.)


quarta-feira, 6 de março de 2019

O ANTIGO QUE PERMANECE NOVO: RENOVAÇÃO ESPIRITUAL


Por Pr Glauco Barreira M. Filho
        As crianças são naturalmente alegres. Isso acontece porque ficam deslumbradas com o mundo, ou seja, com as estrelas, com as flores, com as cores, com as paisagens, etc. Tudo é novo, mágico, impressionante e maravilhoso. A vida é uma aventura, uma expedição para procurar coisas ainda não conhecidas.
        Quando a pessoa vai crescendo, tende a achar tudo normal. Tudo vai caindo na monotonia, na rotina. O corre-corre da vida impede a pessoa de parar para admirar o sol, as estrelas e os pássaros. O homem começa a perder sua humanidade, passando a viver como um animal para o trabalho e para a sobrevivência. Ele perde a capacidade de se deslumbrar com coisas simples. Começa a buscar novidades na tecnologia, mas todo o prazer nessas novidades vai começando a se tornar cada vez mais fluído, efêmero e insignificante.
        Os filósofos clássicos entendiam que a condição da verdadeira filosofia é o assombro metafísico, ou seja, uma espécie de deslumbramento com o mundo. Desse modo, o filósofo deveria retomar a expectativa infantil.
        O casamento também é semelhante a isso. O romantismo une duas pessoas num encanto angelical. O casamento é um sonho para muitas jovens (idéia do príncipe encantado) e um desafio poético para os homens. No entanto, os dilemas financeiros, as responsabilidades que aumentam com a chegada dos filhos, as tensões na convivência começam a trazer um certo desconforto. O casamento passa a ser um fardo e um peso. Os cônjuges já não se vêem como tais, mas como meros irmãos de sangue dentro de uma mesma família, pois a longa convivência lhes tirou a idéia de relacionamento amoroso. Alguns querem recuperar o romantismo em um amor proibido, o que leva ao adultério e ao desastre espiritual.
        Um pastor esclarecido e temente a Deus lutará para dar ânimo aos casais. Não o fará, porém, tentando recuperar o romantismo perdido, mas desvendando um novo. O antigo é irrecuperável, pois estamos debaixo de novas condições (a juventude já passou e os sonhos já não estão tão abertos, pois muita coisa já se consolidou). São mercenários os que querem fazer retiros românticos e forçar a barra para criar um ambiente romântico semelhante ao do princípio. Tais pessoas só aumentarão as frustrações.
        O que se quer no casamento duradouro é a descoberta de um novo romantismo. O desafio não é mais a conquista do outro, mas do tempo. É vencer o tempo pelo amor. Buscar a felicidade nas condições dadas, o companheirismo e as parcerias em desafios comuns. É preciso renovar o lar em Deus por constantes concertos, pactos de fidelidade e ações de graça. Trazer para o lar não fofocas, mas testemunhos. Criar o espírito de gratidão e não de lamento. Não ser conivente com os erros dos filhos, mas educá-los.
        Com respeito à igreja, há o mesmo desafio. Quando as pessoas descobrem a igreja verdadeira e a sã doutrina, se alegram muito. Elas se sentem na igreja primitiva com Pedro e Paulo. Acham que o arrebatamento da igreja ou um grande avivamento é iminente. Depois disso, chegam os dilemas da vida. O mundo começa a estreitar o caminho do crente. Para obedecer a Palavra terá que fazer renúncias, ter perdas. Surgem tensões, crises e  friezas. A pessoa, então, troca de igreja como quem troca de roupa, ou, então, se fica na sua igreja zelosa, fica com amargura, ressentimento e críticas.
        É preciso, então, uma renovação espiritual diária, uma busca incessante. Não podemos deixar de contemplar a Cristo, nem de ser tocado por sua glória. A Bíblia nos traz promessas sobre uma vida cristã que pode ser mantida sempre acesa.

“...nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação pelo Espírito Santo” (Tito 3: 5)

.”....Ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia” ( II Cor. 4: 16)

“...contemplando a glória do senhor, somos transformados de glória em glória, na mesma imagem...”(II Cor. 3: 18)

“E todos nós recebemos também da sua plenitude, com graça sobre graça” (João 1: 16) 

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

O ANTIGO QUE PERMANECE NOVO: O INFERNO NA VIDA DO CRENTE


Por: Pr. Heládio Santos


No Evangelho de Marcos (9:49a), há uma expressão incomum: salgado com fogo. Dentro de um contexto cujo tema central é o inferno, lemos e meditamos nessa parte procurando obter a compreensão coerente, pois como alguém pode ser salgado com fogo?
            Na doutrinação cristã, ser salgado é compreender o valor do ensino, incorporá-lo através de uma vida santificada e transmiti-lo. Na verdade, é um conceito que abrange a conservação dos valores espirituais através de práticas morais constantes que devem passar de geração a geração. Essas virtudes comprovam a experiência de salvação, confirmando a novidade de vida alcançada. A conservação é necessária para preservação do cristão diante do mundo vil e da informação de que os bens espirituais são imutáveis, portanto, não estando sujeitos às mudanças culturais muito corriqueiras na contemporaneidade. A graça é o agente responsável por essa ação divina, funciona como o meio motivador/estimulador para nós vivermos a fé com dignidade. No entanto, existem outros elementos que promovem indiretamente determinação para obediência a Deus: a concepção do inferno para o bem de outros.
            O cristão sabe de sua liberdade da condenação vindoura. Nós estamos livres do terrível mal eterno. Contudo, muitas pessoas que estão ao nosso redor, aquelas que compartilham do nosso cotidiano, estão debaixo da escabrosidade condenatória, mas estão apáticas a sua realidade espiritual. Em vistas disto, o cristão, percebendo e discernindo a mal sobre ela, sentindo a condenação como se fosse dele, deverá se dispor com muito ânimo para viver uma vida moralmente correta a fim de ter reconhecimento ao recomendar a fé em Cristo para libertá-las de tão horrendo destino.
            Desta forma, ser salgado com fogo é ser estimulado pela percepção da condenação do inferno para com descrentes para vivermos uma vida santa. A vida devotada a Deus transmite e inspira fé no outro que está carente do dom celestial. O sentimento de piedade move o crente a tal procedimento, inclusive, fazendo de forma espontânea a renunciar muito daquilo que lhe faz bem para se ocupar com o bem do outro.

Reflexão publicada no Jornal Tocha da Verdade (Online), em 16 de novembro de 2014.

Fonte: https://jornaltochadaverdade.blogspot.com/2014/11/o-inferno-na-vida-do-crente.html


O ANTIGO QUE PERMANECE NOVO: COMO ALGUÉM CHEGA A CONVERSÃO?

Por: Pr. Glauco Barreira M. Filho

A Bíblia diz que a razão do homem caído está fora de eixo, por isso o homem não é tão inteligente para as coisas divinas como o é para coisas humanas.
“Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos.” (Romanos 1: 22)
“Não há ninguém que entenda; não há ninguém que busque a Deus.” (Romanos 3: 11)
“Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parece loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente” (I Cor. 2: 14)

        Em certo sentido, nem mesmo antes da queda, o homem alcançou o pleno conhecimento de Deus pela razão. Sempre foi necessária uma auto-revelação de Deus. No entanto, a razão humana era apta para reconhecer a revelação e acompanhar a sua lógica. Agora, o homem caído sempre está pondo em dúvida a revelação, quando não está deliberadamente contra ela. Isso se dá, principalmente, porque a carne oferece a mente argumentos. A vontade cativa do pecado, indisposta ao arrependimento, perverte a razão natural. O velho homem “se corrompe pelas concupiscências do engano” (Efésios 4: 22).

        A principal razão de as pessoas não aceitarem a verdade não é basicamente intelectual, mas é moral (II Tessalonicenses 2: 12). Apenas a desculpa é intelectual.

        Dentro dessas condições, o homem só pode vir a Cristo se for persuadido pelo Espírito Santo:

“E, quando ele (Espírito Santo) vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo” (João 16: 8)

        A persuasão do Espírito é mais moral e pessoal do que intelectual e geral.

        O crente deve pregar, argumentar e persuadir, mas deve estar convicto de que não é sua habilidade retórica que vai convencer o homem do pecado. É a unção do Espírito que faz penetrante o argumento. Na pregação, o que vale é “lógica em chamas” (Martin Lloyd-Jones). Se nós pensarmos na capacidade de nossa argumentação já perdemos a unção. Devemos depender do Espírito para convencer o pecador a vir à fé:

“Mas, quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai vos hei de enviar, aquele Espírito da verdade, que procede do Pai, testificará de mim. E vós também testificareis, pois estivestes comigo desde o princípio.” (João 15: 26, 27)

“Porque, andando na carne, não militamos segundo a carne. Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas, sim, poderosas em Deus, para destruição de fortalezas; destruindo os conselhos e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo.” (I Cor. 10: 3- 5)

        O que precisamos não é ampliar os nossos conhecimentos filosóficos, nem desenvolver habilidades retóricas, mas, sim, buscar o poder do Espírito Santo, ser tocados pelo fogo pentecostal.

“Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até os confins da terra.”(Atos 1: 8)

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

O ANTIGO QUE PERMANECE NOVO: PROTESTOS POR SANTIFICAÇÃO


Por: Pr. Glauco Barreira M. Filho


A cada dia que passo, eu me alegro mais ao ler os sermões que o intrépido pastor presbiteriano escocês Robert M. McCheyne pregou no século XIX. No artigo de hoje, eu gostaria de traduzir uma parte do sermão ocorrido em um culto de comunhão:

        “Tendes o amor de Deus em vossa alma, o Espírito de Deus em vós outros? Como, pois, vos atrevereis a pisar o umbral sequer de um teatro ou de uma taberna? O que?! O Espírito de Deus em meio a extravagantes canções de um teatro, ou entre os tempestuosos jogos da taberna! Vocês podem conceber? Sintam vergonha dessa prática blasfema! Não, deixai, queridos amigos, deixai esses ídolos que hão de ser enjaulados com os demônios e demais bestas imundas. Vós outros não deveis cruzar seus umbrais nunca mais. E que direis dos jogos de dados, de naipes ou do baile? 

Só quero dizer isso: que, se os amais, é sinal de que nunca haveis experimentado as alegrias de ser uma nova criatura. Se sentis o amor de Deus e do Espírito em vós outros, não buscareis o prazer das alegrias pecaminosas, senão que arredareis de vós outros as ansiedades vãs dos naipes e o barulho insensato dos dados.... Que direi da forma de vestir? Para uma jovem crente, cheia de alegria e fé, um rapaz, para galanteá-la, lhe ofereceu um adorno para seu cabelo, adorno que figurava um ramo de flores. Ela não quis aceitar. O jovem insistiu para que aceitasse. Sem rodeios, ela recusou. ‘Por que não quereis?’ Ah! – disse ela – como posso levar coisas assim sobre minha cabeça, quando Cristo teve de ser coroado de espinhos? O gozo de estar com Cristo é tão maravilhoso que converte todos os demais prazeres em insípidos, áridos e sem vida.” 

        Oh! Quanto a igreja precisa ser santa!

EDIFICANDO A IGREJA: AS PRIORIDADES PRIMEIRO


"Mas recebereis poder ao descer sobre vós o Espírito Santo e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra." (Atos 1.8)

Jesus estabeleceu o modo como a Igreja deve agir como representante de Deus na terra. Somos o Corpo de Cristo, somos embaixadores de Cristo no mundo. Estamos aqui para tomar posse da terra em nome do Senhor Jesus, derrotando e destruindo o poder do inimigo.

Primeiro, o Senhor nos capacita. Ele disse: Recebereis poder. Ele sabia que sem o Espírito, sem o seu poder, nada podemos fazer neste mundo. Somente o Espírito pode convencer o mundo do pecado, da justiça e do juízo. Nós pregamos, mas quem faz a obra é Deus através do Espírito Santo. A nossa primeira prioridade na obra de Deus é sermos cheios do Espírito.

A segunda é ser testemunhas. A igreja está no mundo com o objetivo de transformar o mundo, de salvar os perdidos. Para isso Jesus veio ao mundo, para isso Ele treinou os discípulos, para isso Ele estabeleceu a Igreja e a enviou. A Igreja deve glorificar a Deus. E a maneira de fazê-lo é realizando a Sua obra. Não apenas glorificá-lo com os lábios tendo o coração longe. Mas fazer como Jesus: "Eu te glorifiquei na terra, consumando a obra que me confiaste para fazer."

Irmãos, coloquemos as nossas prioridades como igreja, e como indivíduos na ordem certa. Sejamos cheios do Espírito e proclamemos o Evangelho de Jesus.

Pr. João Leão Xavier,  Terceira Igreja Batista Belo Horizonte - MG, extraído do Jornal O Batista Nacional.

CRISTÃOS FAMOSOS DISSERAM ...


SPURGEON

“Pois se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai Celestial o Espírito Santo aqueles que Lho pedirem! ” (Lucas 11.13).  Vede que há uma promessa distinta para os filhos de Deus, se tão somente pedirem, pois o Pai Celestial está solícito para dar esse poder tanto quanto um pai terreno deseja satisfazer os seus filhos. E esta promessa é feita excessivamente forte, pela urgência que tem, pois, a expressão “quanto mais dará o Pai Celestial”, é enfática e mostra o grau de força que contém. O Senhor Jesus torna, pela comparação de um pai comum, a alegoria mais compreensiva. Deus o Pai nos dará o Espírito Santo quando Lho pedirmos, porque Se empenhou em fazê-lo, mediante um penhor comum: PEDIR. Para isto usou um símile que Lhe desonraria o Nome, se o não cumprisse. Colocaria as Suas palavras em termos grosseiros, se não desse REALMENTE o Seu Santo Espírito a quantos o pedissem! ” 

(Twelve Sermons on the Holy Spirit, pág. 50).

domingo, 24 de fevereiro de 2019

MENSAGENS DEVOCIONAIS: O PREÇO DO PODER

Por: Dr. Lee Scarborough

E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder”. Lucas 24.49.

“Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas...” Atos 1.8ª.

O poder do Espírito é de necessidade absoluta em ganhar homens para Cristo em alta escala. “Não por força nem violência, mas pelo Espírito, diz o Senhor dos Exércitos”. 

Esta lei é escrita em letras maiúscula em toda história do evangelismo. Não há substituição para este poder. Uma personalidade dinâmica, atraente e gentil tem muita força em influenciar homens; porém estas qualidades não substituem o poder do Espírito. Eloquência e melodia de voz em cantar ou falar podem arrebatar temporariamente: porém é requerido o poder de Deus para tirar os homens dos seus pecados e regenerá-los. Profundos conhecimentos e cultura erudita em si mesmo tem grande valor para atraírem intelectualmente a Cristo e construírem Seu Reino glorioso na terra: porém nada disto toma o lugar do poder divino.

 “O Espírito de Deus tem afinidade especial com uma mente treinada”. Gentileza e amabilidade muito se avantajam na tarefa celeste de trazer homens ao conhecimento completo da vida em Cristo; mas não são suficientes em si mesmas. Todas estas coisas têm que ser vitalizadas e tornadas poderosas pela dinâmica Terceira Pessoa da Trindade.

Há, porém, certas condições espirituais necessárias para sermos revestidos deste poder. Elas constituem o preço que a alma paga por esta unção divina.

1 Apreensão espiritual, compreensão intelectual e apropriação psíquica da vida e significação da palavra de Deus.
2 Temos de ser o mais possível, completos e perfeitos em nossa vida de obediência à vontade inteira de Deus, se formos cheios do Espírito.
3 Uma entronização íntima e psíquica de Jesus Cristo como nosso Senhor e Mestre, é condição vital para a vinda de poder sobre nós, no empreendimento de grandes serviços (João 7.37-39)
4 É nisto que se manifesta a utilidade celestial de uma compaixão espiritual do poder de Deus para conquistar almas, jamais podemos menosprezar a grande necessidade de orações e súplicas persistentes e fervorosas para a aquisição de poder (Lucas 11.13). Devemos não somente receber o Espírito Santo, mas ainda orar pelo seu revestimento. (Lucas 24.49; Atos 1.4 e Atos 2.1 e 42).

A oração abre nossos corações, faz-nos submissos à vontade de Deus e condiciona as almas de tal modo, que o Espírito pode enchê-las com Seu poder. A ansiedade de Deus (Lucas 11.13) para dar-nos o Espírito não afasta a necessidade de orar por este poder. Deus tem prometido definitivamente um Pentecoste de poder aos discípulos de Cristo. Mas esta promessa não neutraliza a necessidade dos dez dias de uma espera (=expectativa) espiritual antes do Pentecostes. Tinham de orar para ver o cumprimento da promessa do Pai. E é assim.

Pentecoste não vem para os crentes que não suplicam.

6 -  É necessário estarmos dispostos a tomar parte nas aflições e sacrifícios do Evangelho.

FAZ DIFERENÇA

Quando possuímos esta unção espiritual, logo se faz diferença em tudo ao redor. Ela lubrifica todo o mecanismo interior da vida. Remove a atenção, a preocupação, a irritação e o medo. Aumenta dez vezes mais a eficiência espiritual, nossa oportunidade e o resultado de nosso serviço.
Multiplica o gozo de trabalhar. A pregação, o ensino, o testemunho, todas as artes celestes são mais suaves e fáceis. Multidões esperançosas encherão os bancos vazios, os perdidos buscarão o nosso ministério e mil oportunidade de servir abrir-se-ão. Paguemos, portanto, o preço do céu por este grande poder.

O MODO DE OBTER

“Enchei-vos do Espírito! ” É mandamento do Salvador ressuscitado, cujo Pai está mais disposto a dar-nos o Espírito do que nós somos dispostos a dar boas dádivas aos nossos filhos.
É uma oração para ser feita. (Lucas 11.13; Atos 4:31)
É um mandamento para ser obedecido. (João 16.7 e Atos 1.8)
É uma vida para ser ofertada. (Salmo 110.3)
É um Cristo para ser entronizado, (João 7.39)

Em síntese, orar, obedecer, apropriar, oferecer-se, entronizar Cristo e avançar para conquistar em Seu poder é ter certeza de que o Pentecostes seguirá em sua retaguarda.
(Coleção Vida Vitoriosa.)
Publicada no “O JORNAL BATISTA” fundado em janeiro de 1901, extraído da edição N. 14 - De 6 de abril de 1950.

A VISÃO CRISTÃ SOBRE O PROBLEMA DO MAL


Por: Dr. João Batista Costa Gonçalves

É propósito do presente artigo analisar o problema do mal sob uma perspectiva cristã, considerando as teorias mais destacadas que se erguem contra este tipo de abordagem.

A questão que sempre se levanta como desafio ao Cristianismo, quando se trata sobre o problema do mal, repousa na admissão da existência de um Deus bom e onipotente. Noutros termos, parece difícil, como argumentam o filósofo grego Epicuro e, mais recentemente, o filósofo empiricista David Hume, conciliar o seguinte dilema: se o mal existe contrariamente à bondade de Deus, então ele não seria onipotente. Se, por outro lado, Deus é um ser onipotente e bom, por que permite a existência do mal?

A partir do raciocínio supracitado, três indagações podem ser suscitadas: 1) se o mal existe, seria ele obra de deus? 2) a existência do mal descaracteriza deus como um Ser totalmente bom e onipotente? 3) com que propósito Deus permitiria a existência do mal? Doravante, tentamos trazer luzes a estas três questões.

Quanto à primeira indagação que diz respeito à origem do mal, poderíamos pensar com Santo Agostinho e afirmar que Deus, sendo o Sumo Bem, não poderia ter criado o mal? Segundo o bispo de Hipona, o mal seria concebido como a privação ou desvio do bem. Assim como a escuridão não é algo positivo, mas simples ausência da luz, o mal é a ausência do bem. O mal não teria existência autônoma, como afirma a filosofia maniqueísta ao dizer que o mal seria a matéria. Ao contrário, o mal seria um parasitário sobre o bem, identificado como um não-ser.

A doutrina agostiniana sobre a origem do mal, por outro lado, não nos conduz a crer, como se poderia supor, que o mal seria algo irreal e, por isso mesmo, negligenciável. Pelo contrário, o objetivo da doutrina é acentuar ainda mais a questão da procedência do mal.

Passemos à segunda indagação, ou seja, saber se a presença do mal constitui uma barreira insuperável para a crença em um Deus bom e onipotente. Antes, porém, cumpre estabelecer a diferença, conforme legada por Leibniz, entre o mal físico, que seria o sofrimento e a dor, tanto física como mental, e o mal moral, que seria a perversidade humana, ou na linguagem cristã, o pecado.

A par desses conceitos, podemos iniciar a discussão sobre a segunda questão, considerando o mal moral. A tradição cristã sobre encarou o mal moral em relação à liberdade e a responsabilidade do homem. Deus teria criado o homem não como um autômato, mas como um ser apto para agir correta ou erroneamente. O mal, por assim dizer, seria o uso errado que o ser humano faz do seu livre-arbítrio.

Em contraposição, um opositor argumentaria que Deus poderia ter escolhido criar homens livres e sempre inclinados a agir corretamente. Ocorre que esses seres constituem possibilidade lógica irreal, pois Deus concebeu o homem como criatura possuidora de liberdade moral, embora fosse capaz de criar seres de toda e qualquer espécie. Se Deus projetasse nas pessoas o traço de liberdade e capacidade para sempre agir de forma infalível, estas seriam qualquer outra coisa, menos pessoas. Ora, nada que resulte em contradição aos planos de Deus pode ser incluído na sua onipotência.

A pergunta imediata que poderia ser formulada era: por que Deus não criou esses seres, ao invés de pessoas? A fé bíblica responde afirmando que Deus criou o homem com o propósito de ter com ele uma relação pessoal e genuína e espontânea, o que não seria possível em outros termos.

E quanto ao mal físico?  Pode-ser afirmar que ele guarda estreitos laços com o mal moral, em razão de que grande parte do sofrimento que aflige a humanidade é fruto do próprio pecado do homem. E o que pode ser dito do sofrimento causado por forças externas, independentes da vontade humana? É lícito afirmar que o Cristianismo nunca declarou que Deus, depois da queda do homem, tinha o objetivo de criar o mundo para ser um palco paradisíaco onde a raça humana pudesse usufruir de todos os prazeres e estar aliviada de todas as dores. A esperança do cristão é que uma nova ordem de coisas seja instituída, na qual não haverá mais sofrimento e dor.

É bom que se diga, por outro lado, que, embora o mal esteja aqui e seja real, ele não foge do controle de Deus. O mal é temporário, ele será destruído. E Deus não poderia acabar de uma vez por todas com o mal que está no mundo? A resposta é afirmativa. Deus, porém, não resolve destruir o mal no presente instante porque fazê-lo implicaria a destruição da própria humanidade, já que o mal lhe é inerente. O propósito divino é da oportunidade  a todos os homens de escolher o bem, o que só se dará, nas palavras do apóstolo Paulo, pela aceitação da justiça de Deus através da fé em Jesus Cristo.

Partimos finalmente para a última  indagação. Qual a finalidade da existência do mal? A forma cristã de pensar sobre esta questão é dizer que em relação aos cristãos, Deus permite o mal como forma de conduzi-los no caminho da santidade. Em melhores termos, Deus permite que cristãos passem por sofrimento e dor porque, para o desenvolvimento das virtudes espirituais, como o amor e a paciência, é necessário vivenciar experiências adversas. Em relação aos não-cristãos, o objetivo do sofrimento é ser um meio, como declara C. S. Lewis, de Deus despertar o homem para a existência de um Deus bondoso e misericordioso. 

Extraído do Jornal Trombeta de Sião, Ano 01 - Número 11. - Outubro de 1998