O PAPEL PROFÉTICO DA IGREJA
Como
anabatistas, nós nos mantemos distantes da política partidária. A igreja deve
manter-se separada do Estado e o crente individual da militância
político-ideológica. Não há nenhuma ideologia secular que nos satisfaça e o Novo
Testamento não nos ensina nenhuma ideologia ou utopia política. Nós aguardamos
o reino de justiça que será possível apenas com o regresso de Jesus.
Isso tudo, porém, não significa que
nós nos manteremos passivos diante da injustiça. O crente deve evidenciar a sua
fé mediante obras de piedade (santidade pessoal) e de misericórdia (santidade
social). Também devemos protestar contra os pecados individuais e sociais. A
igreja é sal da terra e luz do mundo. Nós somos a consciência de um mundo sem
consciência.
Os profetas do Antigo Testamento
denunciavam os opressores do povo e chamavam a nação a um arrependimento
coletivo. O papel da igreja é profético. Ela deve denunciar os pecados
individuais e coletivos, condenar a opressão e chamar ao arrependimento. A sua
filosofia de não-resistência, todavia, a impede de se envolver em
empreendimentos revolucionários e desumanos. A igreja tem uma só arma: A
palavra. A sua fibra está na prontidão para o martírio.
Cabe aos pregadores do evangelho
serem censores das autoridades. Devemos apontar a verdadeira responsabilidade
dos pais, dos educadores e do Estado. A igreja deve falar a cada estamento
social. Deve denunciar os crimes econômicos (usura, altos preços, concorrência
desleal) e os vícios sociais (consumismo, pornografia, coisificação do ser
humano, erotização precoce dos adolescentes, etc).
A igreja fala de uma perspectiva
teológica. Ela não é porta-voz de um partido ou de uma ideologia secular, mas
de Deus. A sua linguagem não é política, mas bíblica.
Para a igreja fazer soar a voz
profética, ela tem que ser modelo para a sociedade. Dentro dela deve reinar o
amor, a honestidade, a confiança, a disciplina e a fidelidade. Os pobres devem
ser assistidos e os idosos devem ser respeitados. A igreja deve ser o lugar da
santidade, da “koinonia” (comunhão) e da “diaconia” (serviço).
Não somos militantes da política
partidária, mas não somos passivos. Não encontramos nossa missão em uma
ideologia, mas na “profecia”!
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