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quinta-feira, 29 de setembro de 2016

REF. DIA 29.09.2016: O CONHECIMENTO E A VONTADE


O CONHECIMENTO E A VONTADE

por: Pr. Glauco Barreira M. Filho

“A compreensão humana se assemelha não a uma luz seca, mas admite uma tintura de vontade e de paixões que, em conseqüência, geram seu próprio sistema, POIS O HOMEM SEMPRE ACREDITA MAIS PRONTAMENTE NO QUE PREFERE” (Francis Bacon)

   Os filósofos atuais já não são mais tão arrogantes quanto à possibilidade de o homem conhecer as verdades últimas pela razão livre como muitos o foram no passado. Hoje, está na moda dizer que o pensamento não é livre e descomprometido, mas parte de uma cosmovisão com pressuposições anteriormente definidas.
      A conclusão da filosofia contemporânea nada de novo trouxe para os teólogos cristãos, pois os últimos já asseveravam que a razão deve se apoiar da fé, que é o seu corretivo. A diferença entre os cristãos e os filósofos atuais reside em os filósofos tornarem a cosmovisão uma questão relativa, subjetiva ou histórica. Isso quer dizer que se eu não fosse eu mesmo, se não tivesse nascido onde nasci, eu pensaria diferente do que penso. Os crentes, porém, asseveram que a verdade do conhecimento depende da verdade da cosmovisão. Assim, nem todas as cosmovisões seriam igualmente válidas.
       A questão, então, trava-se em torno do critério que define a cosmovisão correta. Os crentes fiéis dirão que é a Palavra de Deus. O Deus que nos criou, sendo verdadeiro, deixou-nos um padrão de verdade. A Bíblia é o mapa que guia o ser humano para as verdades últimas.
      Dentro do que foi dito, é de lamentar que haja “crentes” que queiram interpretar a Bíblia à luz da psicologia e de certas filosofias. Na verdade, a psicologia e a filosofia é que deveriam ser interpretadas à luz da Bíblia. Não devemos contemporizar a Bíblia com o presente século, mas avaliar o presente século pela Bíblia.
     Uma outra coisa que os filósofos contemporâneos tem concluído é que o homem não pensa friamente, isto é, com neutralidade. O homem pensa sob o efeito de paixões e interesses que corrompem a vontade e, em seguida, o pensamento. Como Bacon disse na frase que citamos no início desse artigo, os homens acreditam mais prontamente naquilo que preferem.
    Há “crentes” que estão em igrejas liberais porque PREFEREM acreditar no caminho mais fácil. Por desejarem viver de acordo com suas concupiscências, vaidade e mundanismo, se auto-enganam, procurando se convencer que as igrejas desviadas a que se filiaram mantém um compromisso válido com a Escritura Sagrada.
     Se nós quisermos conhecer a verdade que vem de Deus, o primeiro passo não é adquirir uma estrutura intelectual mais perspicaz (como tantos seminaristas pensam), mas, sim, submeter a Deus a nossa vontade:

“Se alguém QUISER fazer a vontade dele, pela mesma doutrina, CONHECERÁ se ela é de Deus ou se eu falo de mim mesmo” (João 7: 17)



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