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domingo, 17 de março de 2019

O ANTIGO QUE PERMANECE NOVO: APRENDENDO COM OS PURITANOS A EDUCAR OS FILHOS JOVENS


“E disse: Um certo homem tinha dois filhos. E o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte da fazenda que me pertence. E ele repartiu por eles a fazenda. E, poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo partiu para uma terra longínqua e ali desperdiçou a sua fazenda, vivendo dissolutamente...E caindo em si, disse: ....Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti... Mas o pai disse aos seus servos:... porque este meu filho estava morto e reviveu; tinha-se perdido e foi achado.” (Lucas 15: 11-24)
            Uma das grandes preocupações dos puritanos do século XVII era educar os filhos para terem uma conversão genuína a Cristo. Eles procuravam fazer com que seus filhos não tivessem falsas esperanças de conversão.
            Os puritanos educavam seus filhos para eles terem convicção de pecado e contrição, de modo que, sentindo logo o horror de “pequenos” pecados, se refugiassem em Cristo. Não criam que pudesse haver conversão verdadeira sem uma profunda angústia pelos pecados, acompanhada de um profundo e reverente arrependimento no qual fosse desvelada à fé as riquezas da graça transformadora de Deus.
A leitura do livro “O Peregrino” mostra o cuidado de não se confundir moralidade com conversão. Os puritanos preferiam que seus filhos ficassem no pecado por um tempo para sentirem a necessidade de conversão do que se iludirem na igreja pensando que eram crentes sem que o fossem. No filme “A Jornada”, há um momento em que um sábio professor de teologia assusta seu interlocutor ao dizer que é melhor deixar a pessoa no pecado até que sinta necessidade da graça do que “afastar” a pessoa do pecado por uma moralidade que lhe dê vã esperança.
Hoje em dia, nós vivemos em um período antagônico ao dos puritanos. Pais crentes pensam que devem manter seus filhos na igreja a todo custo, sem se preocuparem com a sua genuína conversão. Para atender a essa demanda do “mercado religioso”, apareceram igrejas oferecendo toda sorte de entretenimentos. Além do clube do Bolinha (departamento de homens) e do clube da Luluzinha (departamento feminino), há o clube dos jovens e suas várias opções. Há uma quadra de futebol nos fundos da igreja para quem quiser jogar bola, grupo de teatro para quem quer ser artista, grupo de música (para quem quer ser estrela musical), grupo de dança, etc. Além disso, há passeios, reuniões sociais e muito banquete. Tudo dentro de um ambiente burguês com muita conversa oca, fotografias e gozações de preletores que mais parecem animadores de auditório. Tudo isso para ninguém (principalmente os jovens) sair da igreja.
Dentro dessa conjuntura, muitos jovens crescem na igreja (bem ocupados!) e pensam que são crentes. O prejuízo é eterno. Os pais não querem ter a vergonha de ter um filho desviado fora da igreja, antes, preferem que estejam desviados dentro da igreja. O grande problema é que esses jovens pensam que são crentes e não procuram conversão. Todos os chamam de irmãos, os saúdam como cristãos, e qualquer psicólogo ou sociólogo sabe que a pessoa costuma internalizar a identidade socializada.
Até onde se irá para “salvar” um filho? Vamos mudar de uma igreja bíblica para uma liberal, de uma em que predomina a Palavra para uma onde predomina o entretenimento?. Amanhã, a pessoa poderá estar indo para uma que celebra casamento de homossexuais!
O pior de tudo é que quando esses filhos se desviam ficam irrecuperáveis. Evangelizá-los não funciona mais, pois pensam que já foram crentes de verdade (sem o ter sido) e não acharão graça em voltar para onde estavam. Se permanecerem na igreja em razão de uma ocupação (não por Cristo), os estaremos condenando ao inferno.
Sejamos sensatos. Se um jovem não quer permanecer numa igreja fiel, mas preferir outra em razão das oportunidades e entretenimentos, ele não é convertido.
Aprendamos a lição dos puritanos: Ou os nossos filhos em idade de decisão ficam na igreja por amor a Deus (e é nossa responsabilidade cultivar isso ao máximo) ou fiquem nos seus pecados para sentirem o seu gosto de fel e se converterem. Não criemos paliativos, não criemos alternativas intermediárias, não lhes criemos um purgatório. São nossos filhos, por isso devemos pensar no que é melhor para a alma deles. Não devemos procurar agrada-los nem a nós mesmo com aquilo que pode condena-los ao inferno!


Pr. Glauco Barreira M. Filho

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