“O boi conhece o seu possuidor, e o jumento, a manjedoura
do seu dono, mas Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende” (Isaías
1: 3)
Nos dias
atuais, a Europa, palco de inúmeros avivamentos espirituais no passado, vive em
ateísmo prático. As pessoas não confessam nem negam lá a existência de Deus,
elas simplesmente vivem como se Ele não existisse.
Esse tipo de
mentalidade também é comum entre nós em círculos universitários mais
arrogantes. O que, entretanto, prevalece na América Latina e nos EUA não é a
indiferença para com Deus, mas o uso de seu nome para fins pessoais. Entre a
indiferença dos europeus e a instrumentalização da figura de Deus feita pelos
americanos (em sentido amplo), eu não sei o que é pior.
Através da
teologia da prosperidade, as pessoas fazem de Deus um banco de investimento ou
uma aposta de sorte. Se as pessoas devem ser amadas e as coisas devem ser
usadas (como disse o filósofo Martin Buber), então, Deus foi rebaixado de sua
condição de pessoa infinita para ser tratado como coisa pelas pessoas.
Alguns
psicólogos falam das vantagens psíquicas de se crer em Deus mesmo que ele não
exista. Deus passou a importar como condição de saúde mental, sendo pouco
relevante indagar a sua realidade.
A Bíblia
mostra que Deus é real. Ele é o eterno EU SOU. Deus deve ser buscado pelo que
ele é, não pelo que pode dar. Devemos em tudo dar graças como fez Jô. Devemos
amar o ser de Deus como Davi o expressou em seus salmos. O homem só encontrará
a Deus se o buscar de todo o coração.
Nós fomos
criados para Deus e só nele seremos o que fomos projetados para ser. Sem Deus,
a vida humana não tem sentido, principalmente em razão da morte.
Precisamos de
uma piedade vital na qual se busque a santidade porque Deus é santo, a justiça
porque ele é justo, a pureza porque ele é puro. Precisamos desejar uma profunda
comunhão com Deus e não meros arrepios emocionais. Precisamos de mais
profundidade, mais realidade, mais peso de glória.
É hora de
conhecermos o quebrantamento e a contrição, a meditação contemplativa e o
silêncio eloqüente. É hora de reverenciarmos a majestade de Deus, de
reconhecermos a autoridade de sua palavra, de tremermos em sua presença.
Não podemos
brincar de igreja. Os aventureiros não
podem ser pastores. O cântico não pode se sobrepor à palavra. Os cultos de
oração não podem estar vazios. A escola dominical não pode ser superficial.
Nós devemos
querer mais de Deus porque Deus quer mais de nós. Devemos esperar mais de Deus
porque Deus espera mais de nós!
Pr. Glauco Barreira M. Filho
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