Alguns defensores do aborto afirmam
que suas crenças têm a Bíblia como base. Eles afirmam que a Bíblia não proíbe o
aborto. Eles estão errados. A Bíblia, de fato, proíbe enfaticamente a morte de
pessoas inocentes (Êxodo 20:13) e considera claramente o nascituro como sendo
um ser humano digno de proteção (21:22-25).
Jó descreveu graficamente a forma
como Deus o criou antes de ele nascer (Jó 10:8-12). O que estava no ventre de
sua mãe não era algo que poderia tornar-se Jó, mas alguém que era Jó—o mesmo
homem, só que mais jovem. Para o profeta Isaías, Deus diz: “Assim diz o SENHOR,
que te criou, e te formou desde o ventre, e que te ajuda” (Isaías 44:2). O que
cada pessoa é, e não apenas o que ela pode se tornar, esteve presente no ventre
de sua mãe.
Salmo 139:13-16 pinta um retrato
vívido do envolvimento íntimo de Deus com uma pessoa antes de seu nascimento.
Deus criou o “interior” de Davi, não no nascimento, mas antes do nascimento.
Davi diz ao seu Criador, “tu me teceste no ventre de minha mãe” (versículo 13).
Cada pessoa, independentemente de sua filiação ou deficiência, não foi
fabricada em uma linha de montagem cósmica, mas criada pessoalmente por Deus.
Todos os dias de nossas vidas são planejados por Deus antes de virmos a ser
(versículo 16).
Meredith Kline observa: “O que há de
mais importante a respeito da legislação do aborto na lei bíblica é que não há
legislação nenhuma. Era tão inconcebível que uma mulher israelita pudesse
desejar um aborto que não havia necessidade de mencionar esse crime no código
penal”. Tudo o que se precisava para proibir o aborto era o mandamento “Não
matarás” (Êxodo 20:13). Todo israelita sabia que o nascituro era uma criança.
Assim como nós sabemos, se formos honestos. Nós todos sabemos que uma mulher grávida
está “carregando uma criança”.
Toda criança no ventre é obra de Deus
e faz parte do seu plano. Cristo ama essa criança e provou isso, tornando-se
semelhante a ela - ele mesmo passou nove meses no ventre de sua mãe.
Assim como os termos criança e
adolescente, embrião e feto não se referem a seres não humanos, mas a seres
humanos em diferentes estágios de desenvolvimento. É cientificamente incorreto
dizer que um embrião humano ou um feto não é um ser simplesmente porque ele
está em uma fase mais prematura do que uma criança. Isso é a mesma coisa que
dizer que uma criança não é um ser humano, porque ele ainda não é um
adolescente. Será que alguém se torna mais humano quando cresce? Se assim for,
então os adultos são mais humanos do que as crianças, e os jogadores de futebol
são mais humanos do que os jóqueis. Algo que não é humano não se torna humano
ou mais humano ao ficar mais velho ou maior; tudo o que for humano é humano
desde o início, ou não é humano de jeito nenhum. O direito à vida não aumenta
com a idade e o tamanho; caso contrário, as crianças e os adolescentes teriam
menos direito de viver do que os adultos.
Uma vez que reconhecemos que os
nascituros são seres humanos, a questão sobre o seu direito de viver deve ser
resolvida, independente da forma como foram concebidos. É desigual a comparação
entre os direitos das mães e os direitos dos bebês. O que está em jogo na
grande maioria dos abortos é o estilo de vida da mãe, em oposição à vida do
bebê. Nesses casos, é justo que a sociedade espere que um adulto viva
temporariamente com um inconveniente, se a única alternativa é matar uma
criança.
Os defensores do aborto desviam a
atenção da grande maioria dos abortos (99%) ao colocarem o foco sobre o estupro
e o incesto por causa do fator simpatia. Eles dão a falsa impressão de que a
gravidez é comum nesses casos. No entanto, nenhuma criança é um “produto
desprezível de um estupro ou incesto”, mas sim uma criação de Deus única e
maravilhosa feita à sua imagem. Para uma mulher vitimizada, pode ser muito mais
benéfico ter e carregar uma criança do que saber que uma criança morreu em uma
tentativa de reduzir o seu trauma.
Quando Alan Keyes se dirigiu aos
alunos do ensino médio em uma escola em Detroit, uma menina de treze anos de
idade perguntou se ele faria uma exceção para o estupro em sua posição
pró-vida. Ele respondeu com esta pergunta: “Se o seu pai estuprasse alguém, e
nós o condenássemos por esse estupro, vocês acham que seria certo se, em
seguida, nós disséssemos: ‘OK, pelo fato de seu pai ter sido culpado do
estupro, nós mataremos você?” A classe respondeu: “Não”. Quando lhe perguntaram
por que uma garota teria que passar por uma gravidez, quando algo tão horrível
aconteceu com ela, com sabedoria, ele fez a seguinte analogia:
Vamos supor que os Estados Unidos se
envolvessem em uma guerra quando você tivesse 19 anos. E, sabemos que, em
guerras no passado, tivemos um recrutamento e as pessoas de sua idade eram
recrutadas e enviadas para a guerra, certo? Então você teria que ser enviada.
Você teria que viver em um campo de batalha. Você teria que arriscar a sua
vida. E muitas pessoas, de fato, arriscam suas vidas, vivem em dificuldades
todos os dias e, no final, elas morrem. Por quê? Elas estavam defendendo o quê?
Nosso país e a sua liberdade. Elas tiveram que passar por dificuldades pela
causa da liberdade, não é mesmo.
O princípio da liberdade é que nossos
direitos vêm de Deus. Você acha que é errado pedir que as pessoas façam
sacrifícios para manter o nosso respeito por esse princípio? ... Só que eu não
acredito que seja certo pegar essa dor e torná-la pior... você sabe o que eu
acrescento se eu permitir que se faça um aborto? Estou acrescentando o peso
daquele aborto. E, em algum momento, a verdade de Deus que está escrita em seu
coração retorna a você. E você é ferido por essa verdade.
Portanto, eu não acho justo, nem para
a criança e nem para a mulher, deixar que esta tragédia tire a vida de ambos, a
vida física da criança e a vida moral e espiritual da mãe. E nesta sociedade,
eu acho que fazemos um mal terrível a ambos, porque não temos a coragem de nos
posicionarmos a favor do que é verdadeiro. (ProLife Info Digest, 2 de fevereiro
de 2000)
Em seu livro, Victims and Victors [Vítimas e Vencedores], David Reardon e
associados trazem a experiência de 192 mulheres que ficaram grávidas como
resultado de estupro ou incesto. Acontece que quando as vítimas da violência falam
por si, a opinião delas sobre o aborto é quase unânime e exatamente o oposto do
que a maioria poderia prever: quase todas as mulheres entrevistadas disseram
que se arrependeram de abortar seus bebês concebidos através de estupro ou
incesto. Dentre as mulheres que deram uma opinião, mais de 90 % disseram que
desencorajariam outras vítimas de violência sexual a fazerem abortos. Nenhuma
das que deram à luz uma criança expressou arrependimento.
A imposição de pena de morte ao filho
inocente de um agressor sexual não traz nenhuma punição ao estuprador e nenhum
benefício para a mulher. Criar uma segunda vítima nunca desfaz o dano causado à
primeira. O aborto não traz a cura para uma vítima de estupro.
Os discípulos de Cristo não
conseguiram entender como as crianças eram valiosas para ele, então eles
repreendiam aquelas pessoas que tentavam trazê-las para perto dele (Lucas
18:15-17). Porém Jesus disse: “Deixai vir a mim os pequeninos e não os
embaraceis, porque dos tais é o reino de Deus”. Ele considerou as crianças como
parte do seu reino, e não uma distração.
A visão bíblica sobre os filhos é que
eles são uma bênção e uma dádiva do Senhor (Salmo 127:3-5). No entanto, a
cultura ocidental trata as crianças como obrigações. Temos de aprender a ver
todas as crianças como Deus as vê, e devemos agir em relação a elas conforme
ele nos manda agir. Devemos defender a causa do fraco e do órfão; manter os
direitos dos pobres e dos oprimidos, salvar os fracos e os necessitados e
libertá-los dos ímpios (Salmo 82:3-4).
Cristo afirmou que tudo o que
fazemos, ou deixamos de fazer, aos filhos de Deus que são mais fracos e
vulneráveis, nós fazemos, ou deixamos de fazer, a ele. No julgamento, “O Rei,
respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um
destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.” (Mateus 25:40).
Tradução: Editora Fiel
Fonte:<http://pt.gospeltranslations.org/wiki/Pensando_Biblicamente_sobre_o_Aborto>
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