O PROFETA MALAQUIAS E O DÍZIMO
por: REV. Glauco Barreira M. Filho
por: REV. Glauco Barreira M. Filho
“... Tornai vós para
mim, e eu tornarei para vós, diz o Senhor dos Exércitos; mas vós
dizeis: EM QUE HAVEMOS DE TORNAR? Roubará o homem a
Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: EM QUE TE ROUBAMOS? Nos dízimos e nas
ofertas alçadas. Com MALDIÇÃO sois amaldiçoados, porque me roubais a mim, VÓS,
TODA A NAÇÃO. Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja
mantimento na MINHA CASA, e depois FAZEI PROVA DE MIM, diz o Senhor dos
Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós uma
benção, que dela vos advenha a maior abastança. E, por cauda de VÓS,
repreenderei o devorador, para que não vos consuma o FRUTO DA TERRA; e a VIDE
NO CAMPO não vos será estéril, diz o Senhor dos Exércitos. E todas as nações
vos chamarão bem-aventurados; porque vós sereis uma TERRA DELEITOSA, diz o
Senhor dos Exércitos” (Malaquias 3: 7-12)
Creio que o mandamento do dízimo é vigente em
nossos dias, pois os que viveram antes de a lei de Moisés ser dada já davam o
dízimo (Gênesis 14: 20; Gênesis 28: 22). Além disso, o dízimo foi confirmado
(Mateus 23: 23) e prescrito no Novo testamento (Hebreus 7: 8).
Não é, porém, com base no texto de Malaquias 3 que advogo o dízimo. Esse texto
refere-se ao mandamento do dízimo como prescrito para Israel, daí as
referências feitas à nação (“toda a nação”, “sereis terra deleitosa”), e nos
termos da lei de Moisés.
Só podemos citar Malaquias para falar do dízimo no Novo Testamento através de
uma analogia, nunca por uma interpretação literal.
Vejamos algumas observações sobre Malaquias 3 que evidenciam falsas
interpretações que tem sido dadas hoje a esse texto:
1.
No versículo 7, Deus fala a Israel que a nação se afastou de
vários mandamentos. Observa, porém, que ela não nota isso. No versículo 8, Deus
diz que a nação lhe rouba por sonegar o dízimo, mas ela cinicamente demonstra
desconhecimento do fato. É dentro desse contexto que a Bíblia diz que a nação
está sob maldição. Quando Deus diz “fazei prova de mim”, Ele não está lançando
um desafio financeiro, antes, está dizendo que, após a nação se corrigir e ver
a maldição removida, ela perceberá que não vinha progredindo por causa da
desobediência. O desafio é moral. É como se Deus dissesse: “Vocês acham que não
estam pecando, então, me obedeçam. Quando vocês virem a benção, perceberão que
estavam antes em pecado.”
2.
A promessa de benção não é individual, mas nacional (“sereis uma
terra deleitosa”). A prosperidade era comunitária. Deus está prometendo
colheitas fartas, dizendo que repreenderá o gafanhoto devorador para que não
coma o fruto da terra e que não deixará a vide ser estéril. O produto dessa
colheita era distribuído ENTRE todos. Todos tinham o NECESSÁRIO, enquanto a
nação, como um todo, tinha uma grande benção.
3.
Deus não promete ouro ou prata (satisfação da vaidade), mas o
fruto da terra e da vide, ou seja, o alimento (satisfação da necessidade)
4. Deus diz para trazer
dízimo para que haja mantimento em SUA CASA. No Antigo Testamento, a casa de
Deus era um único lugar (o templo). Isso mostra, de modo análogo, que Deus não
quer apenas que venhamos a dar o dízimo, mas, sim, que venhamos a dá-lo no
lugar certo, ou seja, em uma igreja que guarda e prega a sã doutrina. Fora dela, a
desobediência continua...
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