A BÍBLIA E A
MENTALIDADE CRISTÃ
Durante a
Idade Média, bem como durante a Reforma Protestante, a linguagem e a
mentalidade teológica dominavam a vida social. A teologia era conhecida como a
rainha das ciências. O protestantismo, por sua vez, deu caráter bíblico à
teologia.
A
partir do final do século XIX, entretanto, a teologia estava em declínio na sua
influência social. As ciências naturais e comportamentais dominavam a
sociedade. A mentalidade cientificista havia triunfado. A teoria da evolução, o
pensamento de Freud e o materialismo dialético entraram em cena.
No
final do século XIX e no século XX, os próprios teólogos procuravam tornar a
mensagem cristã relevante para o mundo moderno, fazendo concessões à
mentalidade cientificista. A barganha consistia em excluir os elementos
sobrenaturais do evangelho para que o mundo aceitasse alguma coisa elementar do
cristianismo (o exemplo histórico de Jesus, a ética de Jesus, etc.)
Hoje,
as ciências comportamentais, como a psicologia e a sociologia, dominam a vida
social. A sua forma de raciocinar entrou na mentalidade popular e sua linguagem
caiu no senso comum. Os livros de auto-ajuda são, na verdade, livros de
psicologia popular.
As
igrejas atuais estão longe do gosto pela reflexão teológica que dá raiz a espiritualidade.
Os pregadores são “comunicadores”, “animadores de auditórios”, “terapeutas”,
etc. Os pastores são pseudopisicólogos ou pseudo-sociólogos. Eles apenas
revestem os seus discursos com termos bíblicos (que geralmente passam a ter
novos sentidos, sentidos que jamais encontrariam na teologia clássica).
As
editoras “evangélicas” também têm traído o evangelho, pois têm prestigiado
obras superficiais, cujo destaque advém da novidade ou da popularidade. A
preocupação com o que vende superou a preocupação com o que edifica.
Precisamos voltar à Bíblia,
voltar a teologia:
“Não se aparte da tua boca o
livro desta Lei; antes, medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de
fazer conforme tudo quanto nele está escrito; porque, então, farás prosperar o
teu caminho e, então, prudentemente te conduzirás” (Josué 1: 8)
Não
basta ler a Bíblia, mas é preciso MEDITAR nela para que ela domine o nosso
pensar e os nossos conceitos:
“Antes,
tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite”
(Salmo 1: 2)
Devemos
ter a mente de Cristo:
“... Transformai-vos pela
renovação da vossa mente....” (Romanos 12: 2)
“... Mas nós temos a mente de
Cristo” (I Cor. 2: 16)
“ ... Levando cativo todo
entendimento à obediência de Cristo” (II Cor. 10: 5)
É
necessário que os crentes e, particularmente, os pastores mudem o discurso e a
mentalidade. Se a mentalidade cristã desaparecer, nós só ficaremos com fórmulas
vazias. Sem conteúdo, só restará a mera forma. Nós teremos “aparência de
piedade, mas negando a eficácia dela” (II Timóteo 3: 5)
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