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sexta-feira, 10 de junho de 2016

REFLEXÃO DIA 10 DE JUN 2016: COMPARTILHANDO LEITURAS - C.S. LEWIS -

COMPARTILHANDO LEITURAS – C. S. LEWIS

Por: Rev. Glauco Barreira M. Filho
          Vivemos em um mundo que não conhece a solitude. Usamos essa palavra (“solitude”) porque a palavra “solidão” passou a ter um sentido completamente negativo na sociedade atual, significando ora desamparo ora um desequilíbrio psicológico.
A solitude é necessária ao cultivo da personalidade, da poesia, da contemplação. A falta de solitude implica a falta de pessoas realmente meditativas ou contemplativas. Sem solitude, não há profundidade, e, sem profundidade, não há amizades que valham a pena. Como dizia Rilke, precisamos nos construir na solitude para levar material edificante para a amizade. Há pessoas que procuram “amigos” não porque querem compartilhar o melhor de si, mas porque não se suportam, e, por isso, nunca querem estar sozinhas. Precisam dos “amigos” para descarregarem elas próprias sobre eles, para fugirem de si mesmas.
 A verdadeira amizade não é interesseira, não é dominadora, não consome o longo tempo que necessitamos para a solitude. Não é fechada, não é excludente, mas é espontânea. Nunca forma panelinha.
            O mundo de hoje é inimigo da solitude e, por isso, da verdadeira amizade. Compartilho com todos o que C. S. Lewis disse sobre o tema:


            “Mesmo nessas raras ocasiões em que o aluno de graduação moderno não está frequentando nenhuma sociedade desse tipo, raramente ele se envolve nessas caminhadas solitárias, ou com um companheiro – essas caminhadas que edificaram a mentalidade das gerações anteriores. Ele vive numa multidão; as panelinhas substituíram a amizade. Essa tendência não só existe tanto dentro quanto fora da universidade, mas também é quase sempre aprovada. Há uma multidão de intrometidos, mestres de cerimônia auto-indicados, cuja vida se dedica a destruir a solitude, onde quer que ela ainda exista. Chamam a isso ‘tirar os jovens de dentro deles mesmos’, ou ‘despertá-los’, ou ‘vencer a apatia deles´. Se um Santo Agostinho, um Vaughan, um Traherne ou um Wordsworth tivesse de nascer no mundo atual, os líderes de uma organização juvenil logo o ‘curariam’.... Mesmo quando os planejadores falham e alguém fica fisicamente sozinho, a radiotelefonia ou a radiotelegrafia cuida para que ele não fique nunca menos só que quando sozinho...vivemos, com efeito, num mundo carente de solidão, silêncio e privacidade e, portanto, carente de meditação e de amizade verdadeira. ”   

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